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Eldorado Brasil reduz prejuízo no 3º tri e prevê lucro em 2016

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A fabricante de celulose de eucalipto Eldorado Brasil Celulose, controlada pelo grupo J&F Investimentos e os fundos de pensão Petros e Funcef, prevê chegar ao lucro em 2016. No próximo ano, a meta é obter o equilíbrio entre ganho e prejuízo. “Dependendo de como ficar o câmbio, podemos até antecipar o resultado positivo no nosso balanço de 2015”, informou o presidente da empresa, José Carlos Grubisich, ao comentar o resultado financeiro da empresa no terceiro trimestre.

Apesar da melhora no resultado operacional, a Eldorado ainda encerrou o trimestre com prejuízo de R$ 184 milhões. A perda já foi quase 30% menor em relação ao mesmo trimestre de 2013. Conforme Grubisich, houve impacto não-caixa da valorização do dólar frente ao real no balanço do período de R$ 172 milhões.

Em nove meses, o prejuízo somou R$ 359 milhões, menos da metade do que teve no mesmo período de 2013 (R$ 781 milhões). “Ainda temos uma dívida alta e custos da implantação e operação. Já estava no nosso plano de negócios que seriam necessários três anos para alcançar o ponto de equilíbrio nos resultados”.

Para o executivo, o destaque do trimestre foi a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) de 40%, ante 29% de um ano atrás. “É superior às de Fibria e Suzano, que são tradicionais no setor e tiveram de 33% a 34%”, disse.

A Eldorado, que iniciou operações em sua fábrica de Três Lagoas (MS) em novembro de 2012, teve Ebitda de R$ 237 milhões no período e receita líquida de R$ 597 milhões. No ano, o Ebitda soma R$ 517 milhões e, se repetir o desempenho neste trimestre, fecharia na casa de R$ 800 milhões.

A empresa ainda enfrenta uma alavancagem financeira alta. Encerrou o trimestre passado com dívida líquida de R$ 7,58 bilhões, superior à do trimestre anterior. O endividamento, diz a empresa, reflete, impacto da desvalorização do real sobre a parcela em dólar.

As vendas de celulose de julho a setembro somaram 454 mil toneladas, volume recorde. No ano, atingiu 1,15 milhão de toneladas. A expectativa para 2014 é de 1,55 milhão a 1,6 milhão de toneladas embarcadas. Cerca de 90% são para o exterior – 39% para Ásia, 35% para Europa e 11% para América do Norte. A América Latina, principalmente Brasil (10%), fica com 15%.

A produção de celulose atingiu 423 mil toneladas, informou Grubisich. “Já estamos operando ao ritmo de 1,7 milhão de toneladas por ano, 112% da capacidade original de produção da Eldorado”. Ele disse que a empresa ganha gradativamente, a cada trimestre, aumento de eficiência e que já conta com uma carteira bem consolidada de clientes no exterior.

Confiante de que o consumo mundial de celulose vai exigir um adicional de oferta de pelo menos 1,5 milhão de toneladas a cada ano, a Eldorado continua trabalhando no plano de uma segunda unidade industrial em Três Lagoas, ao lado da fábrica atual. O plano é ambicioso, pois requer investimentos de R$ 8,5 bilhões a R$ 9 bilhões para uma linha de produção de até 2,3 milhões de toneladas por ano, plantio de florestas, ativos de logística (como locomotivas e vagões) e capital de giro.

Segundo o executivo, há um cenário de demanda que justifica o investimento – expansão do consumo na Ásia, principalmente China, fechamento de fábricas na Europa e EUA e recuperação da economia dessas regiões. “Já temos a licença ambiental de instalação e até o fim deste mês fica pronto o estudo de engenharia básica”.

Ele informou que no início de 2015 serão lançados os pedidos de propostas a fornecedores de tecnologia e equipamentos, as quais devem ser apresentadas por volta de junho ou julho. “Tomada a decisão, são 28 meses de execução do projeto”, afirmou.

Segundo Grubisich, a equação dos recursos também está em curso – serão R$ 3,5 bilhões dos acionistas e o restante de fontes de financiamento, como BNDES, fundo de investimento do Centro-Oeste, FI-FGTS e agências de crédito à exportação estrangeiras para equipamentos importados. Para a parte dos acionistas, busca-se, por exemplo, parceiros.

Valor Econômico

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