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Disponibilidade de papelão deve aumentar na América Latina

Os compradores podem esperar uma oferta mais estável à medida que a capacidade alcança a demanda

Os compradores de papelão da América Latina que enfrentaram sérios problemas na aquisição de papel devido à oferta restrita em 2021 podem esperar um cenário de oferta mais estável em 2022, segundo economistas da Fastmarkets.

A previsão mais recente para o continente mostra que os volumes dos novos projetos da Klabin e WestRock no Brasil, que iniciaram em meados de 2021, estão chegando ao mercado. Ao mesmo tempo, vários projetos de papelão reciclado nos Estados Unidos estão previstos para iniciar as operações ainda este ano, o que trará os produtores norte-americanos de volta à força total nos mercados de exportação.

“O quadro geral é que, em 2021, vimos um crescimento insano da demanda de embalagens de papelão nos EUA enquanto não havia capacidade, criando um aperto incrível no mercado que também afetava os compradores latino-americanos, que eram compradores tradicionais de papel dos EUA”, Derek Mahlburg, diretor da Fastmarkets para embalagens e papéis norte-americanos.

Ele continua: “mas à medida que avançamos para 2022 e 2023, a maior parte dos novos projetos nos EUA entrará em operação; e mesmo que a demanda continue em um ritmo saudável, a capacidade disponível será mais que suficiente”.

APERTO DA OFERTA DEVE DIMINUIR, SEMELHANTE AOS EUA

Na América do Sul, onde o Brasil desempenha um papel predominante no mercado de papelão, o economista da Fastmarkets para a América Latina, Rafael Barisauskas, previu um afrouxamento semelhante na oferta.

Apenas no primeiro trimestre de 2022, o Brasil exportou 60.000 toneladas de kraftliner para a América Latina, em comparação com 176.000 toneladas em todo o ano de 2021. “Se o Brasil mantiver o mesmo ritmo de exportação ao longo do ano, o país pode chegar a 240 mil toneladas de exportações”, disse Barisauskas.

O economista apontou que o crescimento mais lento da demanda versus a capacidade em 2021-22 pode levar a um equilíbrio entre oferta e demanda menos apertado.

“Nos países em desenvolvimento da América Latina, a alta inflação estrutural já está prejudicando o consumo. Não há garantia de maior demanda do consumidor para segmentos de baixa renda, enquanto as exportações são o principal fator para os preços internos mais altos”, disse Barisauskas.

Nesse contexto, as taxas de operação nas fábricas de papelão da América Latina devem passar de uma média de 85% em 2021 para 84% em 2022. “Em geral, as taxas operacionais nesse nível sugerem um equilíbrio confortável, com pouco espaço para a volatilidade dos preços, como vimos nos últimos dois anos”, disse Barisauskas.

A COMPRA DE PAPELÃO ESTÁ LENTAMENTE FICANDO MAIS FÁCIL, MAS AINDA HÁ RISCOS

Mahlberg observou que está “bastante claro” que a situação observada no mercado de papelão nos últimos dois anos está mudando, com o cenário ficando “mais fácil” para os compradores agora.

“Mas não podemos esquecer que ainda há riscos negativos para o fornecimento, como a recente guerra na Ucrânia que tirou a Rússia do mercado de papelão. As usinas europeias também estão enfrentando muitos problemas com custos de energia e são menos competitivas, abrindo mais espaço para as exportações dos EUA também, não apenas nos mercados tradicionais como a América Latina”, disse ele.

Em 2021, as exportações de embalagens de papelão dos EUA para o México foram fortes e melhoraram 25,3% ano a ano, atingindo 1,3 milhão de toneladas; um volume semelhante é esperado para 2022, disse Mahlburg.

No ano passado, observou o economista, o volume de exportação dos Estados Unidos foi bom porque o México pôde receber produtos por via férrea e rodoviária enquanto a logística internacional permaneceu congestionada.

Questões logísticas desempenharam um “grande papel” na determinação dos volumes de exportação no ano passado, disse Mahlburg, acrescentando que: “O México é pelo menos relativamente conveniente” para os produtores dos EUA.

Fonte
Fastmarkets RISI
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