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O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo diretor-presidente da empresa, Walter Lídio Nunes, durante apresentação do novo acesso privado da companhia, que faz a ligação direta entre a indústria e a BR-116. A nova via com extensão de 4,3 quilômetros será de uso exclusivo para o transporte de madeira, celulose, papel, resíduos e equipamentos com origem e destino à fábrica. Ali, foram injetados outros R$ 96 milhões em construção da pista e infraestrutura do entorno.
A expectativa é de que, neste ano, a produção alcance a meta de 1,75 milhão de toneladas de celulose de fibra curta branqueada em ambas as linhas de produção (sendo que a primeira produz 450 mil/toneladas, e a segunda deve atingir 1,3 milhão até dezembro).
Com o investimento na planta antiga que receberá novos equipamentos e ajustes que garantam o mesmo patamar de eficiência da linha 2 , a companhia amplia a redução de custos operacionais e garante menor consumo de produtos químicos, além de celebrar com sucesso a ampliação da planta industrial, iniciada em 2013, e que demandou R$ 5 bilhões em recursos, injetados nos últimos três anos.
O presidente destaca que a maior parte da celulose fabricada (1,6 milhão de toneladas) é movimentada por hidrovias, a partir do porto do Rio Grande com destino à exportação, exceto pouco mais de 100 mil toneladas destinadas ao mercado interno. Em Pelotas, o investimento na revitalização e operacionalidade do porto irá consistir em equipamentos para sistema de pesagem e escaneamento de caminhões e de drenagem e iluminação das áreas de manobra e disposição da madeira. A utilização do modal hidroviário para o escoamento do produto entre Pelotas e Guaíba vai eliminar 180 viagens diárias de ida e vinda de caminhões pelas rodovias e gerar 600 novos postos de trabalho. “Por ano, através do novo terminal portuário de Pelotas, serão embarcadas 1,2 milhão de toneladas de toras de eucalipto, o que representa 20% do consumo total da fábrica”, destaca Nunes.
Desde dezembro, o tráfego na fábrica de Guaíba está sendo transferido para o acesso privado. Atualmente, um terço da frota de 200 caminhões terceirizados cumpre o trajeto. Isso porque ainda estão sendo realizados treinamentos e capacitações de motoristas das empresas transportadoras que utlizarão a nova via. “Inicialmente, autorizamos apenas a entrada de madeira vinda da região Sul. Aos poucos, vamos incrementar o fluxo, de modo que, até meados de março, todas as cargas movimentadas em nosso sítio percorrerão o acesso privado para chegar à rodovia federal.”
Segundo o diretor de Projetos Especiais da companhia, Otemar Alencastro, as vantagens da obra passam pela desoneração das vias públicas do município de Guaíba, além de reduzir riscos de acidentes, diminuir o ciclo de utilização dos caminhões e facilitar a manutenção do trecho utilizado para entrada e saída de carga da empresa.
As discussões sobre mudanças na logística da CMPC iniciaram em 2008. A iniciativa da empresa isola o tráfego de caminhões da malha urbana, poupando um desgaste resultante de 1,4 mil viagens/dia pelas vias de Guaíba. Até então, este transporte era feito pelas BR-116 e BR-290, passando pela avenida Castelo Branco. O novo acesso foi construído na altura de um dos três viadutos previstos para serem entregues pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
jcrs.uol.com.br