NotíciasPapéis e fibras

Celulosa Argentina é vendida por US$ 1

A companhia enfrenta uma recuperação judicial em meio a crise econômica; novo sócio controlará 45,5% do capital da empresa

A Celulosa Argentina, produtora de diversos tipos de papel e celulose, foi adquirida por US$ 1, cerca de 20 dias após apresentar o pedido de recuperação judicial para evitar a falência. A empresa busca renegociar, sob supervisão judicial, uma dívida de US$ 128 milhões. 

O novo sócio majoritário da companhia é Esteban Antonio Nofal, dono da financeira CIMA Investments S.A. e filho de Luis Benjamín Nofal, cofundador, junto com Carlos Ávila, da Torneos. Nofal adquiriu 452,6 milhões de ações classe B, equivalentes a 45,5% do capital social. Dessa forma, segundo comunicado à Comissão Nacional de Valores (CNV), a empresa deixou de ser controlada pelo fundo Tapebicuá Investment Company. 

Adicionalmente, o comunicado à CNV detalhou que, “como consequência da mudança de controle”, o comprador “está obrigado a lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) pela totalidade das ações emitidas e em circulação” da Celulosa Argentina, ou seja, destinadas aos acionistas minoritários. 

O documento ainda elucidou que a operação marca “o começo de uma nova etapa de fortalecimento e projeção” e ressaltou que “o compromisso do novo acionista é impulsionar a recuperação da empresa, manter e gerar empregos, assegurando assim a sustentabilidade de uma organização que faz parte essencial do patrimônio produtivo argentino”. 

De acordo com o CEO da companhia, Hernán Bagliero, “a Celulosa é um emblema da indústria nacional” e que “manterá sua liderança e se projetará para um futuro de crescimento”. 

 

CRISE DA CELULOSA ARGENTINA 

No fim do mês de julho, a empresa interrompeu suas operações nas plantas de Capitán Bermúdez (Santa Fé) e Zárate (Buenos Aires) e desde então são realizadas apenas tarefas mínimas de manutenção. “Essa situação decorre do forte deterioro do capital de giro, consequência do complexo contexto vivido pela companhia”, havia explicado a empresa. 

Diante da mudança de cenário, a Celulosa Argentina deve seguir adaptando a oferta de produtos ao menor volume de vendas e reforçar as exportações, já que, além da queda no consumo, a companhia ainda enfrente dificuldades de repassar os aumentos dos custos aos preços finais. Com a mudança na estrutura societária, a retomada das operações, segundo fontes, deve começar pela planta de Capitán Bermúdez. 

Conforme os últimos resultados financeiros, até 31 de maio, a Celulosa Argentina registrou prejuízo semestral de 172,6 bilhões de pesos, contrastando com o período anterior, quando havia reportado lucro de 37,8 bilhões de pesos. 

Nesse contexto, um de seus principais credores solicitou a falência da companhia, no início do mês. Além disso, a empresa de aluguel e venda de máquinas Tecmaco Integral entrou com uma ação judicial por uma dívida de 17 milhões de pesos, referente a dois cheques eletrônicos sem fundos emitidos por serviços prestados em novembro de 2024. 

Fonte
Clarín
Mostrar mais
Botão Voltar ao topo