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A Ascendência do Papel Higiênico: De mero item de limpeza a produto de luxo

Há diferenças consideráveis nos preços das marcas de papel higiênico, que demonstram a condição social dos consumidores
Há diferenças consideráveis nos preços das marcas de papel higiênico, que demonstram a condição social dos consumidores

Trata-se de algo tão comum  no cotidiano das pessoas que dificilmente alguém já pensou qual sua origem, estamos falando do papel higiênico. É preciso estar atento à procedência e qualidade do papel usado nos domicílios, eles podem acarretar até mesmo em alergias. O item existe desde século II A.C. obviamente que não da mesma maneira industrializada que vemos hoje, mas de forma mais rústica e artesanal.

De acordo com o técnico da empresa Carta Fabril – que produz vários tipos de papel – Tibiriçá Retonde, o papel higiênico especificamente pode ser produzido a partir da celulose, ou de aparas (papel reciclado), ambos são bons para o consumo, no entanto tem grande diferença de qualidade, no que tange a maciez e outros fatores. “Nossa empresa só trabalha com a celulose, mas o outro tipo de papel não faz mal à pele, depois da produção ele é testado microbiologicamente para não haver riscos para o consumidor”, explica.

Na decoração

Ha diferenças de preços consideráveis entre as marcas de papel higiênico, que demonstram até mesmo a condição social de quem os consome. Existem produtos considerados de luxo no mercado. Papéis coloridos, perfumados e há rumores até de papeis higiênicos feitos de ouro. Empresas especializadas produziram papeis que eles mesmos classificam como “luxuosos e sofisticados”, que combinam até mesmo com a decoração do banheiro. Dependendo da embalagem, três rolos do produto podem custar até R$ 39. A empresa é de Portugal, mas está presente em 60 países, inclusive no Brasil. No site eles indicam alguns lugares onde seus produtos são consumidos, demonstrando o luxo e exclusividade das pessoas que podem adquirir o papel higiênico da marca, são eles: Galeria Lafayette, em Paris, a Harrods, em Londres e até nos banheiros do Museu do Louvre.

Outro papel higiênico conhecido pelo alto preço é o japonês conhecido como Hanebisho. Apenas um pacote de três rolos do produto custa em torno de 5 mil ienes (R$ 120), enquanto o pacote com oito pode ser seu por apenas ¥ 10 mil (R$ 240), um único rolo de 20 metros custa, em média, R$ 40.

Por que o Hanebisho é tão caro? Por ser feito apenas da fibra de celulose de madeira da mais alta qualidade importada do Canadá, que é tratada com água do Rio Nyodo que fica no Japão, rio esse que ficou em primeiro lugar em 2010 no Ranking Nacional da Qualidade da Água dos rios japoneses. O processo de produção e secagem do papel higiênico é realizado mais lentamente do que os métodos usuais para torná-lo mais agradável e fofo. A temperatura e umidade do processo de produção são ajustadas diariamente conforme o clima, para estes métodos de produção não há dois dias iguais. Uma vez que o papel está pronto, o fabricante de cada rolo escreve seu nome e rotula a data de produção sobre ele, antes de enviá-lo para o presidente da empresa para a inspeção final.

Fiscalização

Os papéis higiênicos coloridos, perfumado ou áspero são tratados quimicamente para terem esse aspecto, e, portanto levantam a dúvida se causam ou não algum tipo de alergia ao contato com a pele. Há controvérsias, alguns especialistas dizem que sim outros já consideram que é pouco provável, tendo em vista o pouco contato que as pessoas têm com o produto. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), também é responsável por fiscalizar as fábricas de papel higiênico quanto à metragem correta do produto, a ultima averiguação feita pelo órgão ocorreu no ano de 2002 com as principais marcas do mercado na época.

De acordo com o site do Inmetro na análise, a tendência dos papéis higiênicos do mercado nacional é de estarem conformes em relação às portarias vigentes. Somente três marcas foram consideradas não conformes em verificações que envolviam a largura indicada na embalagem. Segundo o órgão as marcas consideradas não conformes na média não necessariamente prejudicam o consumidor individualmente, já que todas as suas amostras podem estar dentro do erro permitido pela Portaria, porém afeta um conjunto de consumidores, pois mais rolos de papéis higiênicos daquele lote possuem diferença negativa em relação ao indicado na rotulagem. Já a não conformidade no critério individual indica que o consumidor que adquirisse aquela amostra específica estaria sendo prejudicado.

A chefe da Divisão de Fiscalização de Insumos, Medicamentos e Produtos para Saúde da Vigilância Sanitária Tilma Macêdo, explica que não há denúncia quanto produtos como o papel higiênico que tenham causado algum tipo de dano à saúde de algum indivíduo, e nem mesmo fiscalizações específicas já que na Capital não há fábricas de papel higiênico. “Não saberia te precisar se somente o contato do papel higiênico com a pele poderia causar alguma alergia tópica tendo em vista o pouco tempo de contato que as pessoas têm com o produto. No caso de crianças que seria um grupo mais propenso a isso, existem os lenços umedecidos e o algodão que são indicados por conta da pele sensível que eles possuem”, diz.

dm.com.br

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