A importância do processo TAD no mercado de tissue

O tissue é um dos poucos produtos no segmento de papel e celulose que se relaciona de maneira direta com os consumidores. Embora haja outros que também o façam, como o A4, papel fotográfico etc., nenhum tem uma ligação tão grande como este.

Ele também traz possibilidades interessantes para os produtores de papel, afinal, sua matéria-prima (celulose ou aparas) é comprada em toneladas, enquanto sua venda é realizada em fardos ou rolos. Dessa forma, quanto menor a quantidade de fibra utilizada para elaborar um fardo, maior a rentabilidade.

Obviamente, há outras variáveis condicionantes na busca por lucratividade, mas o balanço entre fibra x metragem é tão importante que foi uma das razões para a criação do processo TAD (Through-Air Drying) e seus produtos. Nele, o uso de tecnologia não compressiva de remoção de água resulta em papéis com melhor absorção, resistência e formação, utilizando menos celulose, mas com maior consumo de energia.

A ligação direta com os consumidores permitiu que a criação de produtos TAD – geralmente de melhor qualidade quando comparados com produtos dos processos “convencionais” –, acompanhasse a melhor rentabilidade, gerando melhores preços e margens.

Curiosamente, há pouquíssimas máquinas de tissue não-convencionais instaladas na América Latina, como podemos verificar no mapa abaixo:

Enquanto na região há espaço para produtos sofisticados, como bebidas, automóveis, eletrodoméstico, smartphones etc., ela não são é bem servida com papéis tissue de altíssima qualidade.

MAS E OS CUSTOS?

Realizando uma breve análise das máquinas de tissue instaladas na América do Norte de 2020 em diante, e considerando-se três fatores chaves (celulose, energia e custo de capital), temos a seguinte Curva de Custos:

Isso nos indica uma diferença de custos, na seleção indicada, de aproximadamente USD 150/ton.

Qual o potencial de valor agregado de um tissue TAD no seu mercado (preço)? Qual o valor de ser pioneiro com um tissue referência em qualidade na América Latina? Perguntas como essas não são difíceis de serem respondidas por participantes do mercado.

A avaliação a ser feita é se o risco de ser o pioneiro se mostra menor do que o custo de acompanhar o mercado. Afinal, uma vez que a tendência se instale, acompanhá-la será inevitável.