Vendas de tissue impulsionam recuperação da Navigator
A empresa conseguiu mitigar parcialmente a quebra de vendas de papéis de imprimir e escrever por meio de uma maior diversificação do seu negócio, com crescimento nas vendas de celulose e de tissue

Os lucros da Navigator caíram 53,6% no primeiro semestre com a diminuição das vendas de papel. Mesmo assim, o resultado líquido da empresa liderada por António Redondo foi positivo, em 44 milhões de euros, graças ao negócio de celulose, revelou a companhia em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“O semestre ficou marcado pela queda expressiva no consumo global de papel em decorrência da pandemia da Covid-19. A empresa conseguiu mitigar parcialmente a quebra de vendas de UWF (papéis de imprimir e escrever) através de uma maior diversificação do seu negócio, com crescimento nas vendas de celulose e de tissue”, anunciou a empresa, em comunicado.
O volume de vendas de papel para impressão e escrita caiu 17%, o que levou a Navigator a suspender de forma “temporária e gradual” a produção em algumas das máquinas de papel durante abril, maio e junho, “evitando a acumulação de estoques na cadeia produtiva (procurando proteger o preço de quedas maiores) e preservando o seu capital de giro”.
Por outro lado, a venda de celulose cresceu 56% e a de tissue aumentou 10%. O volume de negócios situou-se em 696 milhões (-18,6% que no período homólogo) e o Ebitda – lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações – em 140 milhões de euros (-32,3%).
“Com uma maior diversificação do seu negócio, especificamente com a entrada no tissue, a manutenção da capacidade de secagem de celulose e uma forte atuação para preservar custos, a Navigator mostrou estar mais protegida frente a essa situação adversa. Ainda assim, a forte queda de procura de papel e dos preços de celulose e de papel em relação ao ano anterior refletiu-se diretamente nos resultados do período”, diz a companhia.
ENCOMENDAS EM JULHO SÃO AS MAIORES EM 11 ANOS
Para o próximo trimestre, a Navigator diz que “alguns sinais positivos recentes permitem prever uma recuperação progressiva, mas provavelmente lenta, do negócio de UWF”. A empresa anunciou que registra um nível da entrada de encomendas próximo do normal para a época do ano, com uma carteira de pedidos em julho de quase 40 dias (a quarta mais alta para esta época em 11 anos). Todas as máquinas de papel do grupo já estão novamente em plena atividade.