
O mercado de trabalho caminha para mudanças significativas em 2025, com a adoção de práticas que buscam promover um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Entre as tendências que prometem se consolidar estão a licença por infelicidade, a jornada reduzida às sextas-feiras, a semana de quatro dias, o conceito de Workation, a economia Open Talent e o avanço da inteligência artificial.
Karina Rehavia, fundadora e CEO da Ollo e da Social Talent, destacou que essas iniciativas impactam positivamente a produtividade dos colaboradores. “Esse movimento contribui para um estilo de vida e trabalho mais flexíveis, resultando em profissionais mais satisfeitos e engajados, o que, por sua vez, eleva a qualidade das entregas”, afirma.
A licença por infelicidade, por exemplo, foi implementada por Yu Donglai, fundador da rede de varejo chinesa Pang Dong Lai, e permite que os colaboradores tirem até 10 dias de folga por ano em situações de desânimo ou estresse. Essa medida busca oferecer suporte à saúde mental dos funcionários, um tema que vem ganhando cada vez mais atenção no ambiente corporativo.
Outro modelo que tem ganhado adesão é o Short Friday, ou jornada reduzida às sextas-feiras. Algumas empresas já adotaram a prática de conceder parte do dia de folga como um benefício, sem impactar o salário dos funcionários. O objetivo é proporcionar mais tempo para atividades pessoais e, ao mesmo tempo, elevar o engajamento e a motivação dos colaboradores.
A semana de quatro dias, que já foi testada em diferentes países, incluindo o Brasil, é outra tendência que tem mostrado resultados positivos. De acordo com um estudo realizado pela FGV-EAESP em parceria com empresas brasileiras, 60% dos participantes relataram uma melhora na execução de tarefas, enquanto mais de 80% afirmaram se sentir mais dispostos para lidar tanto com questões pessoais quanto profissionais.
Outro conceito em alta é o Workation, que combina trabalho e viagem. Essa prática permite que os profissionais desempenhem suas atividades remotamente, de qualquer lugar do mundo, enquanto exploram novos destinos. Para Rehavia, essa iniciativa estimula a criatividade e traz novas perspectivas culturais, impactando positivamente o desempenho nas tarefas profissionais.
A economia Open Talent, por sua vez, vem transformando as relações de trabalho ao possibilitar que profissionais atuem como freelancers para diversas empresas, sem a necessidade de vínculos empregatícios fixos. De acordo com o relatório A Revolução do Open Talent, 27,6% dos entrevistados demonstraram interesse em adotar esse modelo de trabalho, enquanto 9% já estão atuando dessa forma.
Por fim, a inteligência artificial segue como uma das principais aliadas do ambiente corporativo. As ferramentas de IA ajudam a otimizar processos, reduzir custos e melhorar a eficiência. Entretanto, Rehavia ressalta que a presença humana continua indispensável em atividades que demandam empatia, criatividade e tomada de decisão em contextos complexos.