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Esse negócio deve ser a segunda grande transação, envolvendo terras, firmada por companhias brasileiras de celulose e papel em curto intervalo de tempo. Na semana passada, a Fibria informou a venda de 210 mil hectares de terras para a Parkia Participações -formada por um grupo de investidores brasileiros – em um negócio cujo valor total pode chegar a R$ 1,65 bilhão. Desse montante, R$ 1,4 bilhão à vista e a diferença condicionada à valorização das terras ao longo de 21 anos.
Em 14 de julho de 2009, a Suzano e a Vale já haviam anunciado a assinatura de contratos. Eles envolviam a compra e venda de ativos florestais que pertenciam à mineradora no sudoeste do Maranhão e de madeira proveniente do programa Vale Florestar, além de serviços de transporte ferroviário da celulose que será produzida em Imperatriz, pela Estrada de Ferro Carajás, até a região portuária da capital São Luís.
O Vale Florestar nasceu em 2007 e foi transformado em fundo de investimento participativo em 2010, que conta com a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), dos fundos de pensão Funcef (da Caixa) e Petros (da Petrobras). Sob o programa, 140 mil hectares de Florestas nativas e áreas degradadas foram recuperados e a área total reflorestada com eucalipto, até o fim do ano, deve chegar a 45,7 mil hectares.
O negócio referente aos ativos florestais anunciado naquele ano compreendeu 84,7 mil hectares de terras, dos quais 34,5 mil hectares plantados de eucalipto, por R$ 235 milhões pagos em 12 parcelas trimestrais. Já o acordo relativo ao fornecimento de madeira valerá para o período de 2014 e 2028 e o acerto referente ao transporte ferroviário se estenderá até 2043.
À época, a Suzano informou que as medidas garantiam o início de operação da fábrica de celulose do Maranhão “em bases competitivas”. A nova unidade terá capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas por ano, com investimentos de US$ 2,3 bilhões somente na área industrial. A companhia tem reiterado que o início de operação está previsto para dezembro.
Nos últimos trimestres, a Suzano ampliou a compra de madeira de terceiros, com maior distância da fábrica de Mucuri (BA), o que tem pressionado o custo de produção na unidade. Para 2014, a expectativa é a de elevação do custo justamente por causa do maior volume de compra de madeira de terceiros na Bahia. “Decidimos ampliar a compra de terceiros e ganhar mais tempo no corte de Florestas próprias”, afirmou o presidente da companhia, Walter Schalka, após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre.
Segundo uma fonte, a negociação com a Vale teria por objetivo garantir o restante da madeira necessária à operação de Imperatriz, que estaria coberta até 2017. Do lado da mineradora, a venda de Florestas estaria alinhada à estratégia de monetizar ativos que não são considerados estratégicos. A empresa vem vendendo ativos de vários segmentos nos últimos anos.