Suzano aposta nos mercados do Norte e Nordeste e prepara novos produtos
A empresa está lançando marcas próprias de papel higiênico após erguer fábricas no Maranhão e na Bahia, além de adquirir plantas da Facepa, com a meta de liderar o segmento nas duas regiões.
A Suzano está otimista em relação ao mercado brasileiro e prepara o lançamento de uma segunda marca no segmento de papel tissue para o primeiro semestre deste ano.
“Saímos do zero para nos tornar líderes nessas regiões”, disse o presidente da companhia, Walter Schalka, em teleconferência com jornalistas. Os produtos são fabricados nas unidades de Murcuri (BA) e Imperatriz (MA) e a previsão é de que cheguem ao varejo em março.
Em dezembro do ano passado, a empresa adquiriu a Fábrica de Papel da Amazônia (Facepa) e iniciou a produção, em janeiro, de sua primeira marca de papel higiênico, a Max Pure, que serão comercializadas no Norte e Nordeste do Brasil.
A Suzano entrou recentemente no mercado de tissue, focando especificamente nos mercados do Norte e Nordeste, regiões onde o consumo per capita ainda é inferior à média brasileira. A empresa também aposta que a retomada da economia impulsionará o consumo de papéis sanitários. “Teremos produtos para atender diferentes públicos consumidores”, destacou Shaclka.
Foram investidos R$ 425 milhões na construção das unidades do Maranhão e Mucuri e R$ 310 milhões na compra da Facepa, empresa com fábricas em Belém (PA) e Fortaleza (CE). A companhia ainda não revelou nenhum plano de expandir essas operações para outras regiões.
Balanço
A Suzano divulgou na quarta-feira (07) os resultados financeiros de 2017. A empresa apresentou lucro líquido anual de R$ 1,807 bilhão, um crescimento de 6,8% em relação a 2016. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 4,615 bilhões, maior da história da empresa. A geração de caixa operacional alcançou o patamar de R$ 3,5 bilhões.
“O ano de 2017 foi bastante positivo, com resultados recordes e muito crescimento”, declarou o presidente da Suzano. “A empresa vive um momento especial e projetamos crescimento em 2018”, complementou o executivo.
Embora os volumes de produção e vendas de celulose – setor voltado para exportação – tenham permanecido estáveis, a receita gerada aumentou em 12%. A melhora é explicada pelos preços do produto e pela redução de custos. “Conseguimos reduzir o custo caixa da celulose em meio a uma inflação significativa”, diz Shalka.
A empresa acredita que irá conseguir aplicar os aumentos de preço da celulose exportada para América do Norte e Europa, em razão da demanda e estoques da região. No início desse mês, o valor subiu para US$ 30 a tonelada de celulose. O preço não foi alterado para o mercado chinês, dentro de uma política de convergência de valores. “Mesmo com esse aumento, a China ainda apresenta preços superiores aos da Europa e América do Norte”, afirma o executivo.
No setor de papel, mais voltado ao mercado interno, a produção e vendas apresentaram quedas. O presidente da empresa faz a ressalva de que houve melhora no quarto trimestre e acredita que o cenário será de crescimento em 2018. “Há um aumento de demanda no negócio do papel. Estamos tranquilos em relação ao Brasil e seguiremos investindo no País.”
No início da semana, a Suzano anunciou um acordo com a Duratex de compra de terras e florestas no estado de São Paulo. O acordo prevê a aquisição de 98,5 mil hectares por R$ 308,1 milhões. “Com 90 mil hectares, nos sentimos confortáveis para fazer o investimento. Com essa aquisição teríamos madeira o suficiente”. A compra deve beneficiar as operações da fábrica de celulose da Suzano em Limeira (SP).
O acordo ainda oferece uma opção exclusiva de aquisição de outro lote. Schalka revelou que a segunda parte do acordo só será concretizada se a empresa decidir construir uma nova fábrica no interior paulista. Não foi revelado o local da possível planta, mas o executivo revelou que não deve ser em Limeira. “Se decidirmos pela construção de uma nova fábrica, queremos uma com nível de competitividade importante de raio e Limeira teria um raio mais longo.”
Schalka não quis comentar sobre a notícia veiculada na imprensa local sobre o interesse da Suzano na aquisição da Lwarcel. De acordo com o jornal, a empresa é favorita para comprar a fábrica.