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É o segundo aumento anunciado pela Suzano – e que poderá ser acompanhado pelos demais produtores – com impacto no quarto trimestre. O primeiro, aplicado a partir de outubro, elevou a US$ 530 a tonelada o preço de referência da fibra curta no mercado chinês. À época, a Suzano não informou o tamanho do reajuste, mas há indicações de que alta também teria sido de US$ 20 a tonelada.
Neste momento, segundo os próprios produtores, o primeiro reajuste já foi integralmente aplicado. A manutenção da demanda na rota de crescimento, com destaque para o bom desempenho do mercado asiático, explica o esforço das empresas para anular parte da desvalorização acumulada pela matéria-prima em 2016.
Desde meados de dezembro, quando o preço da fibra curta na China estava em torno de US$ 603 a tonelada conforme a Foex, a queda supera os US$ 100 – na semana passada, a cotação média no mercado chinês era de aproximadamente US$ 501 a tonelada também segundo a Foex. Junto aos resultados do terceiro trimestre, os produtores brasileiros ressaltaram que houve redução nos preços de venda de celulose em reais da ordem de 26% a 29%, na comparação anual, diante da desvalorização no mercado internacional e da valorização do real frente ao dólar.
Além disso, o fato de o projeto OKI, da Asia Pulp & Paper (APP), não ter entrado em operação até o momento reforçou o sentimento de que não haverá impacto negativo da oferta adicional ainda em 2016. Muitos compradores consumiram estoques – ao invés de comprar celulose no mercado – diante da expectativa de que a partida do projeto pudesse gerar mais desvalorização. Agora, porém, a expectativa é a de que as duas linhas da OKI estejam em operação somente no ano que vem, com produção de 1 milhão a 1,2 milhão de toneladas no próximo ano.
A Eldorado Brasil, produtora de celulose de eucalipto controlada pela J&F Investimentos, informou que vai seguir a tendência de mercado. Procurada, a Fibria informou que não fornece orientações (guidance) para os preços de celulose.
Valor Econômico