Supermercados vendem mais do que em 2018

Entre os primeiros quadrimestres de 2018 e de 2019, houve alta real de vendas de 2,26%
Foi expressivo o aumento real das vendas dos supermercados, de 8,05% entre abril de 2018 e abril de 2019, segundo a pesquisa mensal da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Além disso, “as perspectivas continuam bem superiores quando comparadas às do mesmo período do ano passado”, observam os especialistas da Abras.
Ainda assim, os analistas da entidade tratam os dados com cuidado, pois é insatisfatório o grau de confiança das empresas do setor quanto ao futuro. Ademais, descontados efeitos sazonais, o resultado é menos expressivo, avaliam analistas do departamento econômico do Bradesco.
Entre março e abril deste ano, houve queda de 2,42% nas vendas dos supermercados, segundo o Índice Nacional de Vendas Abras, mas isso se deveu ao fato de que março teve, em relação a abril, um fim de semana a mais – e é nesses dias que os consumidores dedicam mais tempo às compras. Entre os primeiros quadrimestres de 2018 e de 2019, houve alta real de vendas de 2,26%.
O setor de supermercados depende muito das tendências de inflação. Em 12 meses, até abril de 2019, por exemplo, a inflação do item alimentação e bebidas medida pelo IPCA do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atingiu 7,31%, bem acima da média de 4,94%. A alta anual refletiu o regime de chuvas e altas temperaturas que fez subir muito os preços de itens como cereais, hortaliças, verduras, frutas, além de aves e ovos.
Nos cálculos da Abras, entre março e abril subiram muito os preços do tomate, da cebola, do ovo e da batata, enquanto caíam os do feijão, da farinha de mandioca, do açúcar e dos desinfetantes. Uma cesta de produtos de consumo pesquisados pela entidade ainda mostrou uma alta expressiva de 10,1% entre abril de 2018 e abril de 2019.
Felizmente para os consumidores os preços de alimentos e produtos agropecuários começaram a cair em abril e já mostram deflação. Esta ocorreu no Índice de Preços ao Consumidor da Fipe e no IGP-M da Fundação Getúlio Vargas. Entre as exceções está a do preço das carnes, devido à maior demanda externa.
A se confirmar o recuo recente dos preços de alimentos, deverão ser favorecidas as vendas dos supermercados, apesar da queda da confiança das empresas do setor observada entre o primeiro e o segundo bimestres de 2019.
Fonte: Estadão