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Sobreoferta leva à queda constante dos preços da celulose

Cotações estariam diminuindo em virtude dos altos estoques nos principais portos da China e da forte diminuição do consumo global de papéis de imprimir e escrever

A celulose de fibra curta vem tendo seus preços em queda constante no mercado exterior, sobretudo na China, em virtude dos altos estoques nos principais portos do país e da forte diminuição do consumo global de papéis de imprimir e escrever.

Analistas da indústria apontam que há uma sobreoferta no mercado global, agravada pela disponibilidade da fibra que anteriormente estava integrada à produção de papel. Esse desequilíbrio deve seguir pressionando os valores, caso não haja paradas para manutenção ou comerciais ou o fechamento de capacidades de alto custo já a partir do terceiro trimestre.

Sobreoferta leva à queda constante dos preços da celulose

Na última semana, o preço líquido da fibra curta negociada na China ficou quase US$ 15 a tonelada abaixo da média vista e chegou a US$ 445,90 a tonelada, de acordo com levantamento divulgado pela Fastmarkets Foex. Trata-se da maior queda em cerca de um ano, que levou a cotação a um nível significativamente abaixo do custo de produção base de celulose, estimado em cerca de US$ 500 e US$ 520 a tonelada.

Tudo isso indica que muitos produtores já estão operando com custos acima do preço de mercado. A exceção é o caso de companhias como Suzano e Klabin, que estão no grupo dos menores custos de produção mundial.

Em relatório, analistas do UBS, ressaltaram que o nível corrente de preços não surpreendeu os participantes de mercado, porque desde o último mês havia sinais de deterioração, que elevou os preços de revenda de celulose de eucalipto na China de US$ 413 a US$ 415 por tonelada na última semana.

“A disponibilidade de celulose segue aumentando no curto prazo, o que deve manter os preços pressionados, a menos que restrições de capacidade inesperadas e significativas equilibrem o mercado”, escreveram, em análise. Eles salientaram que, no último mês, os embarques de celulose a partir do Brasil e do Chile permaneceram em ritmo crescente.

Para Geraldo Affonso Ferreira, conselheiro fiscal suplente da Klabin, o momento delicado enfrentado pelos produtores acontece devido a uma combinação de estratégias comerciais equivocadas adotadas há cerca de um ano e meio, que geraram estoques excessivos de celulose. Em sua opinião, os preços só devem começar a se recuperar no primeiro trimestre de 2021. “Mas a indústria brasileira sairá mais forte dessa crise, com a depuração natural do setor e a postergação de novos projetos”, analisa.

Em outro relatório do UBS, o banco indicou que os estoques de celulose na China subiram 5% em junho, com relação a maio, para 1,9 milhão de toneladas, um volume superior ao dobro do nível médio histórico.

Na Europa, os dados mais recentes da Europulp, composta pelas associações nacionais de vendedores de celulose no mercado, indicaram estabilidade em maio, em 1,48 milhão de toneladas. No entanto, há uma tendência de alta até que a oferta comece a ser reduzida, conforme o UBS.

Com relação à fibra curta, o banco de investimentos sugeriu que as negociações chegaram a US$ 400 por tonelada com entrega na Itália, o que indica que há, ainda, mais risco de queda frente às atuais cotações.

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