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Setor de HPPC cresce em vendas, mas ainda se recupera de efeitos da pandemia, diz Abihpec

Segundo dados da entidade, apesar de positivo, o resultado está relacionado ao reposicionamento de preços que o setor de HPPC implementou de forma gradual

O desempenho nacional do setor brasileiro de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos cresceu 13,2% em valor de vendas ex factory em 2022, na comparação com o ano anterior. De acordo com dados da Abihpec, o segmento de tissue cresceu 10,2% e o de higiene pessoal 9,9% no ano passado.

No entanto, a entidade destaca que o segmento de HPPC segue se recuperando das perdas registradas durante a pandemia de Covid-19. Para a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, o resultado está relacionado ao reposicionamento de preços que o setor precisou implementar de forma gradativa, após o período da pandemia, quando os esforços estavam concentrados em evitar o aumento de preços diante das dificuldades e recessão enfrentadas pelo mercado.

Em 2022, a indústria de HPPC sofreu com a escassez de insumos e as dificuldades de uma demanda mais fraca, em meio à inflação e perda do poder de compra da população, com diminuição de renda.

A pressão internacional impactou diretamente o setor, que chegou ao patamar de 16,7%, o equivalente a 10,9% acima do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que encerrou o ano com 5,8%.

 

No último ano, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, o panorama econômico – em dificuldades desde o início da pandemia de Covid-19 – foi agravado, afetando não só os setores de tissue e higiene pessoal, mas a cadeia global de suprimentos de alimentos e combustíveis, o que refletiu diretamente na alta de preços que atingiu o país.

Como resultado dessa crise, a redução de renda disponível para a compra de produtos de HPPC provocou uma desaceleração do consumo desses itens, diz a instituição.

“2022 foi um ano de grandes oscilações inflacionárias na economia e no nosso setor não foi diferente. A sustentabilidade econômica do setor passou pela consolidação do processo de recomposição das margens que ficaram comprometidas nos dois anos anteriores. Além disso, em uma análise comparativa aos resultados setoriais de 2021, ano em que houve queda de 2,8% em valor de vendas ex-factory em comparação à 2020, o setor precisava recuperar performance e trabalhou para isso”, declara João Carlos Basilio, presidente-executivo da Abihpec.

CRESCIMENTO DO SETOR x PIB DA INDÚSTRIA

Para a associação, é importante considerar a comparação do crescimento do setor de HPPC com o PIB (Produto Interno Bruto) do país e a indústria em geral, quando se observa o cenário de dez anos atrás.

Até 2014, o setor de HPPC crescia mais do que o dobro do PIB. Em 2015, passou por uma queda de quase 10% em performance (deflacionada) e, desde então, os anos subsequentes vêm sendo desafiadores – prova disso é que, até o momento, as bases de performance anteriores a 2015 não foram reconquistadas, segundo a Abihpec.

De acordo com a área de Inteligência de Mercado da entidade, o cenário econômico impactou o bolso dos consumidores, que começaram a trocar de marcas, por vezes realizando o trade down em algumas categorias de produtos, como ocorreu com itens de higiene pessoal.

“Os resultados de 2022 nos deram a chance de recuperar parte de nossas perdas, mas chegamos a 2023 ainda com grande preocupação diante de um cenário econômico complexo, com juros altos, baixa atratividade para investimentos e instabilidade. Nesse momento, não podemos deixar de confiar nas sinalizações positivas do governo para que a reforma tributária de fato aconteça nos próximos meses, resgatando minimamente o equilíbrio e a equidade da carga tributária para a indústria e, em nosso caso, para o setor de HPPC, tratamento tributário condizente com a nossa essencialidade e que promova a ampliação do acesso da população aos nossos produtos”, finaliza Basílio.

Fonte
Abihpec
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