Mais cedo, a empresa, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, divulgou lucro líquido de R$615 mi para o primeiro trimestre
A demanda por celulose segue aquecida em todos os mercados e os estoques do insumo usado na produção de papel estão baixos, mas a Fibria vai esperar mais tempo antes de se decidir por anunciar novo aumento nos preços da matéria-prima, disse o presidente da companhia, Marcelo Castelli, nesta quarta-feira.
“O mercado (de celulose) está muito apertado… A demanda continua muito positiva. Voltou inclusive na China após o Ano Novo chinês. Os estoques em todas as regiões estão baixos”, disse Castelli em teleconferência com jornalistas.
Mais cedo, a empresa, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, divulgou lucro líquido de 615 milhões de reais para o primeiro trimestre, alta de 87 por cento sobre o resultado obtido um ano antes.
Em março, a Fibria anunciou aumento nos preços da celulose para todos os mercados a partir deste mês. A empresa elevou os valores de referência em 20 dólares por tonelada vendida na América do Norte e Europa, e em 10 dólares na Ásia.
Segundo Castelli, este reajuste já está sendo implementado com sucesso. A situação é facilitada por quebras de fornecimento de celulose na Europa, onde a indústria local enfrentou dificuldades no suprimento de madeira para produção devido ao inverno rigoroso, disse o executivo. “Existe pressão de substituição por fibras por eucalipto no máximo que a tecnologia permite”, disse Castelli.
Porém, ele afirmou que a Fibria vai esperar mais para decidir se anuncia novo reajuste no preço da celulose em maio. “A demanda está boa, mas o momento é de acompanhamento”.
A ação da Fibria recuava 0,18 por cento às 14:07, enquanto o Ibovespa mostrava baixa de 0,65 por cento.
Castelli evitou fazer comentários precisos sobre a implementação da integração da empresa com a rival Suzano, inclusive sobre a situação em que a Suzano avalia a compra de florestas da Duratex
Ele afirmou que a parceria que a Fibria mantém com a Klabin segue sendo importante para a companhia.
Anos antes do anúncio da integração dos negócios com a Suzano, feito em março, a Fibria fez acordo para compra de parte da produção de celulose da Klabin, válido até 2022 e que inclui cláusula para renovação.
Segundo o presidente da Fibria, o acordo com a Klabin é de “complementariedade, faz sentido para as duas empresas. Não vislumbramos nenhuma mudança nele”.
Ele disse que não vê mudanças no comércio global de celulose devido a eventuais impactos de uma guerra comercial dos Estados Unidos contra vários países. “Qualquer medida de protecionismo não deve afetar nosso produto, que é ligado à matéria-prima para agregação de valor para outros produtos”, disse Castelli.
Sobre a retirada de capacidade do mercado neste ano, o presidente da Fibria afirmou que a empresa mantém meta de corte de 200 mil toneladas em 2018. No primeiro trimestre, a redução foi de 64 mil toneladas.
Fonte: Exame