Produtos de higiene pessoal chegam aos supermercados com preços mais altos
Alta demanda chinesa por celulose impulsionou a alta nos preços da matéria prima no mercado interno
A economia brasileira tem acompanhado a alta do dólar por vários dias seguidos, a moeda americana já acumulou uma alta de 4,8% neste curto período e uma valorização que chega a 23,8% de janeiro a agosto.
Esta alta do dólar tem refletido em vários setores e em especial no setor de bens de consumo e higiene pessoal, como papel higiênico, fraldas descartáveis, absorventes, lenços umedecidos, etc.
No período de julho a agosto de 2018 os supermercados reajustaram os preços dos produtos de higiene, principalmente o papel higiênico que teve um aumento de 10%.
Os consumidores têm se queixado das altas nos produtos de necessidades básicas, de modo que o aumento tem exercido um peso considerável no poder de compra de grande parte da população.
Os fabricantes se justificam dizendo que o custo de produção está cada vez mais alto e depois de terem trabalhado com baixíssimas margens tentando segurar o aumento do preço da celulose, principal matéria prima dos produtos de higiene, a operação se tornou quase impraticável de modo que é impossível não repassar as elevações para o consumidor.
Em resposta ao SBT, Sérgio Matos, diretor da Damapel (fábrica de papel higiênico) na cidade de Guarulhos, apontou que o preço da celulose em janeiro de 2017 custava cerca de US$ 650,00/tonelada e atualmente (agosto de 2018) a matéria prima chega aos fabricantes custando mais de US$ 1.000,00/tonelada somado a alta do dólar, e isso se deve principalmente a escassez da matéria prima no mercado interno, gerado pela alta demanda dos chineses por celulose.
Segundo o economista Thiago Berka da Associação Paulista dos Supermercados (APAS), a China corresponde a quase 40% da importação de celulose, e a economia do país teve um reaquecimento possibilitando o poder de compra elevado do país, no entanto, a oferta não foi capaz de acompanhar ao mesmo ritmo, gerando preços mais altos para o mercado interno, de modo que a não há uma perspectiva de queda nos preços fazendo com que o consumidor brasileiro pague mais caro pelos produtos.
Veja a seguir a matéria do SBT Brasil: