Por que as empresas de papel tissue estão indo para o Nordeste?
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Grande parte da indústria de papel está se movendo para uma região ainda pouco lembrada quando se trata da produção de celulose – o Nordeste. A Kimberly Clark já conta com uma empresa em Camaçari (BA), enquanto a empresa Milli se instalou em Maceió (AL). Em Campina Grande (PB), a Santher realizou uma parceria com uma produtora local de papel tissue. Outras empresas, como a CMPC, fazem preparativos para se instalar na região, ao mesmo tempo que outras, como a Carta Fabril, analisam a possibilidade de se instalar.
Mas por que essas empresas estão indo para o Nordeste? Isto se deve em parte a uma saturação deste mercado no Sul e Sudeste do Brasil, onde as vendas são mais competitivas por conta da quantidade de empresas do setor na região.
Abaixo detalhamos outros motivos para esta mudança de cenário, assim como os benefícios que o Nordeste do país reserva às indústrias de papel tissue.
O panorama de produção de papel no Nordeste
Empresas estão investindo alguns milhões de dólares nesta região para a criação de novos complexos industriais focados na produção de papel e celulose. Segundo especialistas, este investimento irá transformar o Nordeste no maior produtor desta matéria-prima no país até 2020, desbancando o maior produtor atual, Mato Grosso. Este investimento irá gerar uma grande quantidade de insumos para fabricação de papel, aumentando sua disponibilidade para empresas da região que dependem deste material – que é o caso dos fabricantes e convertedores de papel tissue.
Além de haver grande disponibilidade de terras para produção de celulose e um mercado que se expande cada vez mais, o local conta com logística facilitadora para a distribuição desta matéria-prima para as empresas do setor de papel, devido às malhas ferroviárias e ao Porto de Itaqui. Com uma estrutura de distribuição facilitada, as empresas de papel tissue gastam menos com transporte e fornecimento.
Outra vantagem para a indústria de papel tissue é que a região conta com a especialização da mão de obra para a fabricação de papel, capacitada em cursos direcionados por empresas profissionalizantes, como o Senai por exemplo. Somando isso ao grande investimento na ampliação deste mercado, o local terá uma grande quantidade de profissionais aptos para sustentar estas empresas, garantindo a qualidade da matéria-prima fornecida.
A tecnologia florestal aplicada na região também garante a qualidade de produção de madeira, pois os eucaliptos utilizados para a extração são desenvolvidos a partir de clones adaptados ao tipo de solo e clima. Desse modo, a quantidade de celulose produzida é confiável, já que a matéria-prima não sofre com as mudanças climáticas e geológicas do ambiente, assegurando o suprimento para empresas de papel toalha e papel higiênico.
Construir empresas na região Nordeste ajuda também no desenvolvimento local, que passa a ter destaque econômico. As cidades que contam com problemas sociais e ambientais, ao receberem investimentos de empresas idôneas, entram em evidência e passam a ter maiores chances de receber auxílio governamental, tanto estadual quanto federal.
Contando com grande potencial de fornecimento de matéria-prima, boa logística e uma região cada vez mais especializada, o Nordeste se mostra como um excelente local para a instalação de fábricas de papel tissue.
Qual a sua opinião sobre a abertura de empresas do setor na região Nordeste? Aguardamos seu comentário!