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O que representa o BNDES no mercado da celulose

Setor de Celulose rende bons dividendos para seus acionistas.

A Fibria, um dos exemplos de empresas quando se fala sobre boas práticas financeiras, e a Suzano, líder com excelência operacional no país, finalmente concluíram sua operação fusão, ou melhor, aquisição da primeira empresa pela segunda, digna de dar inveja a muitas empresas estrangeiras do setor.

O feito não é pouca coisa: após passar um ano de grande valorização da celulose, o setor rendeu bons dividendos para seus acionistas, que ainda foram presenteados pela junção de duas boas empresas no final da semana passada.

Verdade é que este mercado andou muito agitado nos últimos tempos, com diversas empresas familiares menores sendo compradas pelas maiores, além de parte de uma outra gigante, também recém incorporada aos negócios da Suzano, a Duratex, que vendeu parte de suas florestas para diminuir seu endividamento.

Seja como for, o conglomerado da celulose, avaliado em mais de R$ 83 bilhões de reais, envolverá ainda grandes negociatas ainda por parte da família Feffer, controladora do grupo Suzano, e deverá envolver emissão de debêntures, ADRs (ações nas bolsas americanas), além de nova emissão de ações no mercado brasileiro. Uma reestruturação complexa, mas necessária, principalmente quando envolve uma diluição das ações do BNDESpar, braço de investimentos do BNDES na empresa.

O banco de desenvolvimento vem gradualmente mudando suas táticas, antes inteiramente ancoradas na criação de empresas chamadas “campeãs nacionais”. Nesse caso, a lógica ainda fazia algum sentido, uma vez que a indústria da celulose movimenta certo investimento e inovação no campo de pesquisa e desenvolvimento. O problema é que para outras “campeãs”, a lógica era inexistente, a exemplo dos conglomerados da carne (JBS), do leite (Nilza), compra do grupo X (Eike Batista), sem dizer as operações de empréstimos a países de duvidosa índole, como a Venezuela, entre outros feitos surpreendentes realizados pelo banco. Assim, a partir de agora, o BNDES deverá voltar a investir em empreendedores de fato (pequenos e médios), e caso bem sucedido, a sociedade deverá interromper sua participação nas perdas. Felizmente, parece termos virado a página, apesar de ser apenas a primeira.

Jornal Cruzeiro do Sul

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