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O papel da sustentabilidade e da responsabilidade social corporativa na indústria de tissue e higiene pessoal

Por Adriana Gonzalez, Transformational Executive Business Leader, Experienced CEO and Marketing Strategist with a Global Business background, Executive Mentor and Advisor

No cenário empresarial contemporâneo, destacam-se a sustentabilidade e a responsabilidade social corporativa (RSC) como imperativos estratégicos fundamentais, especialmente na indústria de bens de consumo, que inclui a produção de tissue e artigos de higiene pessoal. As empresas estão cada vez mais conscientes da importância de incorporar práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) em seus modelos de negócios, não apenas como uma resposta ética aos desafios ambientais, mas também como uma estratégia empresarial integrada e eficaz.

A crescente consciência sobre questões de sustentabilidade está reformulando o mercado, impulsionada por mudanças nas preferências dos consumidores, avanços tecnológicos e um comprometimento renovado com práticas sustentáveis. Isso estabelece novos padrões de competitividade e inovação, criando oportunidades para marcas que integram esses valores em suas ofertas de produtos e serviços, um movimento que tem mostrado uma tendência crescente e irreversível globalmente, incluindo o Brasil e a América Latina.

Este movimento responde não só às expectativas dos consumidores modernos, mas também estabelece novos padrões de inovação e responsabilidade corporativa no setor. Empresas que priorizam o uso eficiente de recursos e minimizam os impactos ambientais estão mais preparadas para enfrentar regulamentações rigorosas, mudanças nas preferências dos consumidores e a escassez de recursos naturais. Implementar processos de produção mais limpos e usar materiais recicláveis ou biodegradáveis podem reduzir os custos operacionais e atrair consumidores conscientes.

Conforme reportado pela PwC em 2021, 53% das empresas globais notaram que a sustentabilidade aumentou seus lucros. Pesquisas, como a da Opinion Box citada pela Forbes, mostram que 82% dos brasileiros veem a sustentabilidade como um tema crucial para o cotidiano, refletindo uma consciência ambiental crescente no país.

Relatórios recentes, como o do Fórum Econômico Mundial e o Ipsos Global Trends 2023, ressaltam um “despertar ecológico” global e uma preocupação crescente com desastres ambientais, indicando que uma ampla maioria da população global reconhece a urgência de mudar nossos hábitos para evitar tais desastres. Essa preocupação traduz-se na demanda dos consumidores por marcas que demonstrem responsabilidade ambiental e social, com a maioria acreditando que é possível para as marcas serem lucrativas enquanto apoiam causas sociais.

Empresas que adotam práticas sustentáveis e de RSC não apenas promovem um meio ambiente mais saudável e uma sociedade mais justa, mas também melhoram a percepção de suas marcas e fortalecem a lealdade dos consumidores. A responsabilidade social vai além da sustentabilidade ambiental, abrangendo o compromisso das empresas com práticas éticas, o bem-estar dos funcionários e o suporte às comunidades locais. Tais iniciativas podem significativamente aprimorar a imagem da marca e fortalecer as relações com os stakeholders.

Para efetivamente integrar a sustentabilidade e a responsabilidade social corporativa (RSC) nas estratégias empresariais, as organizações precisam ir além do comprometimento superficial com esses princípios. É crucial que as empresas promovam uma cultura de inovação contínua, onde a sustentabilidade e a ética sejam fundamentos na criação e renovação de produtos e serviços. A transparência em todas as facetas operacionais e a comunicação aberta sobre os esforços de sustentabilidade são essenciais para construir uma relação de confiança e credibilidade com consumidores, colaboradores e outros stakeholders.

Além disso, o engajamento ativo e a colaboração com parceiros, comunidades e governos ampliam o impacto positivo das iniciativas de sustentabilidade. Implementar sistemas de avaliação e melhoria contínua permite às empresas não apenas monitorar o progresso em direção aos objetivos de sustentabilidade, mas também adaptar-se dinamicamente às mudanças nas expectativas sociais e ambientais. Adotando uma abordagem holística e integrada à sustentabilidade e à RSC, as empresas não apenas reforçam sua posição no mercado, mas também desempenham um papel vital na promoção de um futuro mais sustentável e equitativo, alinhando-se às expectativas dos consumidores contemporâneos e às exigências de um mundo em constante transformação.

Este artigo reflete as opiniões do colunista e não do Nexum Group/Tissue Online. O veículo não se responsabiliza pelas informações publicadas acima e/ou possíveis danos em decorrência delas.

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Adriana González

Adriana Gonzalez é executiva com mais de 30 anos de experiência na indústria de bens de consumo, em empresas como P&G, Avon, Kimberly-Clark e Suzano. A paixão pelo entendimento de consumidores e clientes e pela criação de experiências das marcas, categorias e dos negócios, assim como o desenvolvimento dos mercados de tissue e higiene pessoal, tem sido um de seus focos nos últimos 25 anos na América Latina e no Brasil. Comprometida com a criação de modelos estratégicos sólidos com visão integrada para crescimentos sustentáveis e pelo desenvolvimento e evolução dos mercados, desenvolveu sua metodologia e framework para a criação de propostas de valor, de sucesso comprovado. Durante sua carreira, trabalhou em projetos de alcance global com as mais reconhecidas empresas de consultoria de renome mundial e participou da execução de importantes metodologias: BOS, IMP, IBP, BST, CCX. Foi responsável pela criação de marcas/categorias com vendas de mais de 1 bilhão de dólares e contribuiu com o desenvolvimento, crescimento, consolidações, turnaround e desafios de startups da categoria de tissue e higiene pessoal. Em sua carreira, executou a integração de mais de dez companhias e mais de 100 marcas locais, incluindo a integração da K-C com a maior papeleira do mundo, a Scott Paper Company, tornando-se líder da América Latina na sua gestão e, finalmente, a introdução sólida e exitosa da Suzano no mercado de bens de consumo.

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