Mercado norte-americano precisa de papel importado

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“É cedo ainda para percebermos o que pode resultar dessa eleição”, disse o administrador executivo da empresa produtora de celulose e papel, António Redondo, preferindo focar-se no bom desempenho da Navigator nos Estados Unidos.
Segundo ele, a Navigator, é “o exportador europeu que mais papel vende para os Estados Unidos” e a marca é “muito relevante no segmento `premium`”.
Embora admita que “não é impossível” que a nova administração liderada pelo republicano Donald Trump adote uma política mais protecionista ou que haja alterações nas tarifas de importação, António Redondo não acredita que “vá impedir a totalidade das exportações para os Estados Unidos”, até porque o mercado americano precisa de papel importado.
Primeiro, porque a capacidade instalada nos Estados Unidos não é suficiente para suprir a procura e, por outro lado, porque o pape português é “reconhecido e apreciado em todo o mundo”, conseguindo um `premium` de preço quase 30% acima do papel `standard` americano, indicou o responsável da Navigator.
O mercado americano representa cerca de 10% das exportações e é um dos quatro principais mercados da Navigator, a par da Alemanha, França e Espanha e Estados Unidos, valendo entre 150 a 200 milhões de euros por ano.
António Redondo lembrou ainda que a empresa tem aumentado as vendas de papel na Europa “num enquadramento econômico que não é brilhante” e destacou o recente reconhecimento obtido pela marca Navigator, que conseguiu atingir este ano, pela primeira vez, a liderança no índice da indústria europeia.
A empresa continua “olhando para mercados com crescimento”, como a África, onde está “com uma presença cada vez mais forte”, Médio Oriente e América Latina, e pretende lançar novos produtos em 2017.
“Estamos preparando para 2017, novos produtos, para a gama da Navigator e outras coisas, para entrar em novos segmentos de mercado onde podemos ter um fator diferenciador muito relevante”, adiantou o responsável da Navigator.
rtp.pt