Melhoramentos identifica mais espécies da herptofauna em suas áreas, algumas em risco de extinção
Sistema de monitoramento ajuda a registrar novas espécies de anfíbios e répteis que encontram condições favoráveis nas áreas de floresta da empresa
A Melhoramentos – companhia de capital aberto que controla empresas dos setores editorial, negócios de base florestal renovável e imobiliário – anuncia um incremento na riqueza de espécies da herptofauna (anfíbios e répteis), na sua unidade Fazenda Levantina, localizada em Camanducaia e Monte Verde (MG). Entre as espécies registradas nas áreas da empresa estão: o Sapinho-verrugoso (Holoaden luederwaldti), um sapinho raro, que mede de três a cinco centímetros de comprimento, que está há décadas sem registros e consta como “em perigo” na lista internacional de espécies ameaçadas de extinção; e a serpente Muçurana (Mussurana montana) ofiófaga, que se alimenta de outras serpentes, e de hábitos estritamente florestais.
Ao longo das campanhas de monitoramento de fauna, bem como fruto da parceria com instituições de pesquisa, a empresa já catalogou mais de 200 espécies, entre mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes nas suas três unidades. Também foram registradas 59 espécies pertencentes a 32 famílias botânicas, sendo três delas classificadas como vulneráveis, segundo o Ibama: Araucaria angustifólia Kuntze (Pinheiro Brasileiro), Melanoxylon brauna Schott (Brauna), Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer (canela-sassafrás).
A descoberta é fruto do monitoramento específico para a biodiversidade que a Melhoramentos desenvolve há 14 anos em suas florestas. Os dados obtidos por meio desses estudos servem de base para a caracterização da fauna e da flora existentes nas regiões das suas fazendas e das espécies encontradas, além de possibilitar uma análise das condições para a sua conservação.
Esse monitoramento já havia possibilitado à empresa, em 2022, o registro oficial do Muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), numa área de floresta nativa protegida pela empresa, na região de Camanducaia e Monte Verde, com novos registros da espécie em 2023. Trata-se do maior primata das Américas e endêmico da Mata Atlântica.
Estima-se que hoje a população existente seja de cerca de 1.300 indivíduos apenas, com menos de 500 adultos aptos à reprodução. Essa espécie está classificada como “Em Perigo (EN)” na lista brasileira de fauna ameaçada de extinção e, na lista global da International Union for Conservation of Nature (IUCN), está classificada como “Criticamente Ameaçada (CR)”.
Com planejamento trienal para fauna e quinquenal para flora, os monitoramentos são realizados por empresa especializada e mediante apresentação de relatórios técnicos que demonstram a condição ambiental dos fragmentos avaliados, bem como os possíveis impactos das operações florestais sobre a biodiversidade.
“O Dia Mundial do Meio Ambiente nos estimula a compartilhar os resultados dos nossos processos de monitoramento de uma rica fauna e flora existentes em nossas áreas. Encontramos o maior primata das Américas, que foi o macaco Muriqui-do-sul, raro e em risco de extinção, e seu oposto, um minúsculo sapinho de até 5 centímetros. Esse é o sinal mais evidente que comprova a importância da biodiversidade e a qualidade das nossas operações de manejo e preservação. Nossas áreas possuem uma infraestrutura consolidada, onde vivem espécies importantes para o equilíbrio do ecossistema da região”, destaca a diretora Jurídica, de Pessoas e Sustentabilidade da Melhoramentos, Karin Neves.
A Melhoramentos realiza uma série de ações para mitigar eventuais impactos que possam decorrer das operações. Entre elas:
- Procedimentos operacionais voltados à conservação da vegetação nativa e espécies da fauna;
- Monitoramentos periódicos de recursos hídricos, da fauna e da flora;
- Rondas diárias em todo o perímetro das fazendas, para coibir ações de caçadores e práticas ilegais no interior das unidades de manejo;
- Ações de conscientização ambiental com colaboradores e comunidades;
- Projeto de recuperação da flora e de áreas degradadas;
- Auditorias externas anuais da Forest Stewardship Council® (FSC®), sistema internacional de certificação florestal, quando todas as práticas de manejo são avaliadas.
“Para manter espécies como essas, a área tem que estar muito bem preservada. É preciso entender que cada animal tem uma função no ecossistema. Se a área não oferece condições para sua sobrevivência, a espécie pode ser extinta localmente e comprometer a permanência de outras espécies que dependem dela. Isso pode causar um desequilíbrio em todo o ecossistema. Esses resultados indicam o alto grau de preservação nas reservas da Melhoramentos e sua importância para a fauna da região, por isso é fundamental a sua preservação. O registro do macaco-muriqui, bem como dessas outras espécies citadas é um exemplo disso”, destaca Guilherme Cavicchioli, biólogo e coordenador de Fauna da Ambiens, empresa de soluções para a viabilização de Empreendimentos e Projetos Ambientais, parceira da Melhoramentos para o monitoramento e preservação das espécies encontradas nas áreas da empresa.
Com 133 anos de atuação, a Melhoramentos conta com 79 milhões de m² de áreas de florestas dedicadas à preservação, o que representa cerca de 49% de suas áreas – incluindo a Reserva Particular do Patrimônio Natural RPPN Parque Levantina, com 23 milhões de m² de Mata Atlântica. Também contabiliza 819 nascentes em suas áreas, todas monitoradas, catalogadas e preservadas.