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Klabin planeja investir R$ 2 bilhões em projeto de expansão

O novo ciclo de crescimento da Klabin, que pode começar a sair do papel no curto prazo e demandar investimentos da ordem de US$ 2 bilhões, vai elevar as exportações e diluir o peso da celulose nos negócios da companhia.

Com a expansão, a maior fabricante brasileira de papel kraftliner, de embalagens de papelão ondulado, de sacos industriais e de papel cartão seguirá vendendo a celulose branqueada produzida na unidade Puma (PR), porém sem alterar sua vocação para o mercado de embalagens e a meta de entender quem está no fim da cadeia, o consumidor final.

“A Klabin é cada vez mais uma empresa de embalagens”, diz o diretor-geral Cristiano Teixeira. Conforme o executivo, a pretensão da companhia é compreender o anseio do consumidor, estar alinhada às grandes tendências de comportamento e ser reconhecida por isso. “[A Klabin] tem a pretensão de ser reconhecida como uma empresa dedicada ao consumidor”, ressalta.

A companhia deve submeter à aprovação do conselho de administração, no início do quarto trimestre, o projeto de expansão que contempla uma nova linha de celulose, marrom, integrada a uma máquina de kraftliner e a outra de cartão. A celulose marrom e o papel kraft, destinado principalmente ao mercado externo e usado na confecção de embalagens, começariam a ser produzidos no fim de 2020. A máquina de papel cartão, voltado à embalagem de líquidos e também exportado, entraria em operação dois anos depois.

De acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Gustavo Sousa, num primeiro momento, a ideia era usar a celulose branqueada da fábrica de Ortigueira (unidade Puma), que começou a ser produzida em 2016 aproveitando a base florestal existente, para abastecer novas máquinas de papel cartão.

Contudo, a entrada em operação de uma fábrica na China em 2017 e o anúncio de novo projeto, de outra concorrente, para 2019 levaram a companhia a mudar os planos, e iniciar a expansão em papel por kraftliner — cuja demanda é puxada pela China. Assim, a maior parte da capacidade adicional de kraftliner — 450 mil toneladas por ano — será destinada sobretudo ao mercado externo, elevando a participação das exportações no resultado. No primeiro semestre, as vendas externas representaram 48% do volume vendido pela Klabin e 42% da receita líquida.

Ao mesmo tempo, a celulose de mercado, que hoje representa 43% da capacidade produtiva da Klabin, terá participação diluída nos negócios. “Enquanto isso, Puma segue sendo bastante beneficiado pelo câmbio e pelos preços da celulose”, diz Sousa. No segundo trimestre, a celulose representou 41% das vendas em volume da companhia (seguida por embalagens com 26% e cartões com 20%) e 34% da receita líquida, ante 30% das embalagens e 21% de cartões.

Em Ortigueira, a Klabin pode produzir 1,1 milhão de toneladas de celulose de fibra curta, das quais 900 mil toneladas vendidas por meio de acordo comercial com a Fibria e 200 mil vendidas pela própria companhia na América do Sul. As demais 400 mil toneladas, de celulose de fibra longa, tem sido convertidas em fluff, que é usada em fraldas e absorventes higiênicos e também são comercializadas diretamente pela Klabin.

A companhia tem garantido em contrato o direito de rescindir esse acordo diante da troca de controle da Fibria, que está sendo comprada pela Suzano Papel e Celulose. Segundo Sousa, a Klabin somente se posicionará sobre o tema quando a operação estiver consumada. “Neste momento, não vemos motivo para cancelar o contrato”, afirma. No mercado, comenta-se que, caso algum órgão de defesa da concorrência faça imposições para aprovar a transação, esse acordo comercial poderia ser afetado. “O que nos faria mudar de ideia seria uma nova proposta na mesa. Mas não estamos negociando nada desta natureza”.

Além de 1,5 milhão de toneladas de celulose produzidas em Puma, a Klabin produz mais 1,8 milhão de toneladas de matéria-prima integrada à fabricação de papel. A nova linha de celulose marrom, por sua vez, terá capacidade de 1 milhão de toneladas anuais.

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