
A sentença foi resultado da ação cível que a J&F ajuizou, pedindo indenização por danos morais ao diretor-presidente da Paper Excellence
A J&F, controladora do grupo JBS, foi condenada por litigância de má-fé pelo juiz Guilherme Ferreira da Cruz, da 45ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, que ainda determinou à holding pagamento de multa de R$ 29,7 mil. O processo está relacionado à venda pela empresa dos irmãos Batista da fábrica de celulose Eldorado, em Três Lagoas, ao grupo holandês Paper Excellence, ocorrida em 2017.
No despacho, do dia 11 de maio, o magistrado afirma que a JF agiu com má-fé no desenrolar da transação acionária “praticando conduta análoga à extorsão durante a negociação para venda da unidade de Três Lagoas, no valor de R$ 15 bilhões”. Os grupos travam batalha judicial pelo controle da planta industrial.
ENTENDA
A sentença foi resultado da ação cível que a J&F ajuizou pedindo indenização por danos morais ao diretor-presidente da Paper Excellence, Cláudio Cotrim, por ele ter concedido entrevista à mídia relatando sua versão dos fatos sobre o imbróglio da disputa pela Eldorado Brasil Celulose.
O executivo tem dito que a J&F, para entregar a Eldorado, pediu mais R$ 6 bilhões além do que já tinha sido acertado no contrato de compra e venda. Na decisão, além de inocentar executivo, o magistrado disse ser inegável que “a J&F – efetivamente – quis elevar em quase R$ 6 bilhões o preço do negócio; daí sua inquestionável litigância de má-fé”.
No despacho, foi ressaltado que, em outro processo relacionado ao caso, a J&F disse ter sugerido à Paper Excellence, em reunião em Los Angeles (EUA), o pagamento do valor extra para fechar o negócio.
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PALAVRA DOS ENVOLVIDOS
Em nota à Folha de São Paulo, a J&F mantém a afirmação de que o executivo da Paper Excellence “fez uma acusação falsa e que não pode sustentar”.
“A má-fé que há no processo é unicamente de Cotrim, que distorceu documentos e fatos para induzir a Justiça ao erro, antes que a J&F tivesse a oportunidade de se manifestar a respeito deles. Má-fé há por parte de Cotrim, que faz acusações sem sequer ter estado presente na reunião que narrou”, diz a empresa, segundo o jornal paulista.
A empresa vai recorrer da decisão. O executivo da Paper Excellence não quis comentar o caso, segundo a Folha.