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Grupo que controla Eldorado quer impedir instalação da 3ª fábrica de celulose em MS

Eldorado, em Três Lagoas, é uma das plantas de  celulose de MS
Eldorado, em Três Lagoas, é uma das plantas de
celulose de MS

A J&F Participações, empresa da família Batista que controla a Eldorado Brasil Celulose e o frigorífico JBS, ajuizou na justiça de São Paulo, ação civil para tentar impedir a abertura de uma fábrica de papel e celulose em Ribas do Rio Pardo. A terceira fábrica de celulose que deve se instalar em Mato Grosso do Sul, é capitaneada pelo fundo do ex-sócio da Eldorado Brasil, Mário Celso Lopes. A J&F alega que o empresário assinou termo de não concorrência por dez anos, quando vendeu sua participação societária na Eldorado Brasil, há dois anos.

De acordo com o jornal“O Estado de São Paulo”, a disputa judicial foi iniciada há um mês, depois que a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) aprovou, no fim de 2013, uma linha de financiamento de mais de R$ 730 milhões para a abertura de uma fábrica celulose no município de Ribas do Rio Pardo pela CRPE Holding, empresa que tem como acionista um fundo de investimento,onde figura sócio cotista o empresário Mário Celso Lopes.

Na semana passada o Tribunal de Justiça de São Paulo negou concessão de liminar ao grupo J&F, quando os desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, que integram a 1ª Câmara de Direito Empresarial, entenderam que não havia pressa em conceder a liminar, porque o contrato assinado de compra e venda de participação da MCL na Eldorado, prevê indenização no caso de desrespeito à cláusula de não concorrência. Os desembargadores entenderam também que as atividades empresariais do grupo MCL parecem ter grande importância local, o que exigea sua manifestação nos autos.

CONCORRÊNCIA
Em entrevista ao Jornal do Povo, o empresário Mário Celso Lopes disse que encarra essa situação como “desespero” da Eldorado. “Eles sentem-se prejudicados porque mais uma fábricavai ser construía em Mato Grosso do Sul. Isso é natural em razão da concorrência, é um direito de espernear que eles têm. Quando a Eldorado anunciou a implantação da fábrica em Três Lagoas, a Fibria fez o mesmo, tentou impedir a instalação da fábrica, mas não conseguiu”, comentou o empresário.

Mário Celso alegou que, como pessoa física não está exercendo atividade concorrente, e que está livre para investir em uma nova fábrica de celulose através de fundo financeiro. “A cláusula de não concorrência no contrato assinado era exclusiva para a pessoa física, e não para o fundo, que era o detentor das ações da Eldorado. Não sou sócio da CRPE. O fundo vendedor está excetuado textualmente da cláusula de não concorrência no contrato celebrado. Ele pode investir livremente em qualquer atividade econômica. Seu gestor e administrador é o BTG Pactual”, declarou o empresário.

No entendimento de Mário Celso, haveria um impedimento caso ele fosse o executivo do projeto, como é apenas um cotista do fundo, disse que está livre para investir por meio do fundo no empreendimento. Entretanto, no processo judicial, a J&F alega que Mário Celso não cumpriu o acordo, pois teria continuado a plantar eucalipto mesmo antes da CRPE anunciar o investimento em Mato Grosso do Sul.
De acordo com o jornal “O Estado de São Paulo”, o fundo tem um patrimônio registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de R$ 300 milhões. Segundo apurou o jornal, o fundo está aberto para captações de investidores estrangeiros até atingir R$ 1,5 bilhão, valor necessário para o investimento em Mato Grosso do Sul.
Ao Jornal do Povo, Mário Celso que, atualmente é o principal cotista do fundo, disse que, assim que o fundo conseguir R$ 1,2 bilhão já pretende dar início ao novo projeto. Ele informou que já foi adquirido 60 mil hectares de terras em Ribas do Rio Pardo, município que deve receber a terceira fábrica de celulose de Mato Grosso do Sul.

Empresário diz que Três Lagoas não comporta mais uma fábrica de celulose
A escolha do município de Ribas do Rio Pardo, segundo Mário Celso, deve-se ao fato de ser um dos municípios do Estado que tem maior extensão territorial. “O município tem um logística diferenciada e conta com rodovia e ferrovia”, destacou. Questionado o porquê não Três Lagoas, respondeu que o município já dispõe de duas fábricas de celulose e vasta área com plantação de eucalipto. “A Fibria e a Eldorado estão se matando por terra para plantar eucalipto, inclusive, já anunciaram a ampliação das duas fábricas, então, não acho que seja viável a terceira fábrica em Três Lagoas”, justificou. Na opinião de Mário Celso Lopes, a tendência é que ocorra uma fusão entre a Fibria e a Eldorado.

Questionado sobre o início do empreendimento em Ribas do Rio Pardo, o empresário disse que não é possível precisar data, já que depende da captação de mais cotistas, a fim de investir no fundo. “É preciso haver estrutura suficiente para iniciar, não só esse, mas qualquer outro empreendimento, sem recurso é impossível”, afirmou. Ele destacou ainda que, é impossível prever quando o fundo vai conseguir todo o recurso, já que isso depende muito do mercado mundial. “A cada hora é uma situação, todo dia acontece um fato novo.

Uma hora são essas manifestações, daqui a pouco outra questão… sem contar que esse ano tem Copa do Mundo, eleição, enfim, vai depender muito do mercado”, comentou.

Mário Celso Lopes foi presidente da Eldorado e um dos idealizadores da fábrica de celulose de Três Lagoas. Em 2012,vendeu a participação acionaria que detinha da companhia.

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