Fim de operações da Essity em Nova York não representa crise no mercado, dizem especialistas
A companhia informou que pretende focar no crescimento de sua marca de higiene profissional Tork; para players do mercado, a decisão representa uma “situação isolada”
Recentemente, a multinacional de higiene e saúde Essity anunciou que encerrará suas operações de fabricação de tissue no estado de Nova York. Essa medida incluirá a fábrica de papel de South Glens Falls, a instalação de conversão de Greenwich e o armazém/centro de distribuição de Saratoga.
Para Don Wiesenforth, vice-presidente sênior do Center for Economic Growth’s Business Growth Solutions, na cidade de Albany, esse fato não representa uma crise no mercado de tissue na região e há oportunidades de trabalho disponíveis para as cerca de 300 pessoas demitidas pela companhia. “Tendo a pensar que é uma questão macroeconômica isolada”, disse.
O setor de tissue experimentou uma grande aceleração nos últimos anos, em razão da alta demanda durante a pandemia de Covid-19. Conforme Wiesenforth, a produção para do setor tem sido o nível mais alto desde 2001, por isso, ele acredita que o fechamento da unidade da multinacional sueca não é o prenúncio de uma indústria falida no local.
De acordo com Joe Raccuia, CEO e proprietário da Morcon Tissue, empresa localizada em Eagle Bridge (NY), apesar da má notícia do fechamento, a visão ainda é positiva para o segmento. Raccuia relembra que, quando a Essity comprou a Wausaw Paper, há cerca de quatro anos, isso a posicionou mais ao Centro-Oeste e menos ao Leste dos EUA. “Não foi nenhuma surpresa para mim que eles fechariam os negócios de Nova York”, declarou.
Na perspectiva de Tori Riley, da Saratoga Economic Development Corporation, a pressão econômica que uma fábrica enfrenta não vem apenas de fontes externas, como outra empresa, mas internamente, de sua própria administração, ao buscar economizar em mão de obra ou em eficiência tecnológica, por exemplo.
Diante disso, na opinião de Dave O’Brien, da Warren-Washington Industrial Development Agency, é difícil dizer por que essas unidades foram escolhidas pela companhia para encerrar as operações, mas ele entende que, neste momento, muitos fatores são analisados internamente, desde taxas de juros e inflação até a facilidade de fazer negócios em um estado ou a facilidade de adaptar uma fábrica mais antiga. “Torna-se um acúmulo de todos eles [os diversos fatores] na hora de tomar decisões”, falou.
Ao anunciar o fechamento da fábrica, a multinacional de higiene e saúde afirmou que objetiva impulsionar o crescimento de sua marca de higiene profissional Tork, além de consolidar a produção em outras unidades nos Estados Unidos.
Para Joe Raccuia, a retomada pós-pandemia tem impulsionado os produtos away-from-home – tipo de linha institucional fabricada pela Morcon Tissue e também pela Essity – e, por isso, as “oportunidades de crescimento continuam muito fortes para nós”.
Nesse sentido, o CEO diz estar olhando para o fechamento da Essity como uma chance de trazer alguns talentos de qualidade para trabalhar com sua equipe. A Morcon tem duas instalações em fase de planejamento, uma em Eagle Bridge e outra na Carolina do Sul.