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Fibria tem rating elevado pela S&P e se prepara para novos investimentos

“Estudamos aplicar até US$ 3 bilhões em uma nova fábrica”, diz Guilherme Cavalcanti, diretor de RI da companhia.

Em meio a uma série de notícias de rebaixamento de empresas e bancos brasileiros pela agência de risco americana Standard & Poor´s, a Fibria, fruto da fusão entre Aracruz e Votorantim Celulose e Papel, foi surpreendida com a elevação de seu rating, atualmente em BB- estável, para positivo. Segundo relatório da agência, a decisão foi baseada em fatores como competitividade, alta liquidez e a expectativa de continuidade na melhora de resultados da empresa.

"Estudamos aplicar até US$ 3 bilhões em uma nova fábrica", diz Guilherme Cavalcanti, diretor de RI da companhia.
“Estudamos aplicar até US$ 3 bilhões em uma nova fábrica”, diz Guilherme Cavalcanti, diretor de RI da companhia.

As notícias positivas reforçam o plano da companhia de investir em expansão. Guilherme Cavalcanti, diretor executivo de Finanças e de Relações com Investidores da Fibria, diz que a empresa vai aproveitar o aumento da demanda chinesa para ampliar sua produção.“Estudamos aplicar até US$ 3 bilhões em uma nova fábrica.” A China passou a ser, em 2013, o segundo maior comprador de celulose do Brasil, atrás apenas da Europa. As vendas para o país cresceram 13,8% no ano passado, para 173 mil toneladas, o equivalentes a US$ 1,5 bilhão.

Em entrevista à IstoÉ DINHEIRO, Cavalcanti explica o que vem acontecendo no mercado de celulose mundial, o favorecimento positivo da produção no Brasil pelo aumento da demanda chinesa e as perspectivas de aumento de produção da empresa.

Quais são os principais fatores que têm demandado aumento da produção?
O ano passado ficou caracterizado pela entrada de novas linhas de produção mas também por fechamento de unidades, que deixaram de produzir 1,1 milhão de toneladas. Com isso, o nível de oferta da indústria chegou ao equilíbrio. Do lado da demanda, observou-se um aumento dos embarques de celulose de eucalipto, com destaque para exportações para a China e América do Norte.

De que maneira a China tem exercido um papel importante na demanda mundial por celulose?
A China tem sido o principal responsável pelo crescimento da demanda de celulose, especialmente, para abastecer as linhas de produção de papéis sanitários. O mercado chinês segue crescendo e tem grande potencial. Enquanto nos Estados Unidos o uso per capta de papel sanitário é de 24,3 quilos, na China, ainda é de 4,4 quilos. Além da capacidade de crescimento do mercado em si, hoje, a China responde por menos de 20% das vendas totais da Fibria. Mas pode aumentar.

Qual a expectativa para 2014?
Existe a perspectiva de recuperação das economias europeia e norte-americana o que deve garantir a manutenção de um patamar forte de consumo de celulose. As condições nos mercados desenvolvidos estão em recuperação e, apesar da perspectiva de queda de preços em dólares, a Fibria se beneficiará do câmbio mais desvalorizado.

Com este cenário, para quando está prevista a nova unidade?
Acreditamos que, caso os fundamentos atuais se mantenham, uma boa janela para a entrada em operação da nova linha ocorreria em 2016. A empresa segue dando continuidade aos estudos de viabilidade para a implementação da nova linha de produção de sua unidade de Três Lagoas (MS). O detalhamento do projeto deverá ser submetido à aprovação do Conselho de Administração da Fibria até o fim do primeiro semestre deste ano.

Em quanto está avaliado esse projeto?
O projeto, com investimentos estimado entre US$ 2,5 bilhões e US$ 3 bilhões, prevê a construção de uma linha de produção de celulose com capacidade de 1,75 milhão de toneladas por ano, que, somada com a outra unidade na região, resultará em uma capacidade total de 3 milhões de toneladas por ano. Com essa marca, a fábrica de celulose da Fibria em Três Lagoas passará a ser a maior do mundo em capacidade. O suprimento de madeira necessário para a operação da nova fábrica virá de florestas cultivadas no Mato Grosso do Sul.

Reprodução istoÉ dinheiro

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