

O acordo comercial no segmento de celulose de fibra curta firmado entre Fibria, líder global do setor, e Klabin, maior produtora do país de papéis para embalagem, não invalida os planos de ampliar a fábrica de Três Lagoas (MS), segundo o presidente da Fibria, Marcelo Castelli. O projeto de expansão está sob análise do conselho de administração da empresa, que pode anunciar decisão em breve.
A Fibria vai comprar no mínimo 900 mil toneladas anuais de celulose de eucalipto produzida pela Klabin na fábrica que está em construção em Ortigueira (PR) durante quatro anos. Nos dois anos seguintes – o acordo vale inicialmente por seis anos -, as compras deverão corresponder a 75% e 50%, respectivamente, do volume entregue no quarto ano do contrato.
“Esse acordo não afeta a decisão e ir em frente ou não com a expansão de Três Lagoas, até porque sabíamos que o volume do Projeto Puma [da Klabin] já estaria no mercado”, afirmou Castelli. Questionado sobre o anúncio da Eldorado Brasil relativo ao início das obras de expansão da fábrica de celulose também em Três Lagoas, com início de operação previsto para 2018, Castelli voltou a dizer que o projeto da Fibria “está pronto para ir adiante”. “É um projeto extremamente competitivo. Não vamos tomar uma decisão considerando eventual projeto do concorrente. Achamos que temos prioridade, que a janela é nossa.”
Já o diretor-geral da companhia, Fabio Schvartsman, disse que, a partir do acordo em fibra curta, a companhia poderá concentrar esforços em um novo negócio, o de celulose fluff, usada principalmente na fabricação de fraldas descartáveis e absorventes. “A Klabin será a primeira operadora de fluff no país. É importante dar atenção total a esse negócio”, disse, acrescentando que o negócio terá status semelhante ao de cartões para a companhia.
“Espero que fique claro que a Klabin, assim como já tem uma operação de 750 mil toneladas de cartão, terá uma operação de 400 mil toneladas de fluff”, ressaltou.
Valor Econômico