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A partir de 1º de janeiro de 2014, o preço lista, usado como referência para os valores de mercado, será reajustado em US$ 20 por tonelada. Com isso, os valores da Fibria ficarão em US$ 820 por tonelada na Europa, US$ 720 na Ásia e US$ 870 na América do Norte.
Os novos preços, caso a fabricante de celulose consiga efetivamente implementar o reajuste, permanecem inferiores aos aplicados em maio deste ano. Na oportunidade, as fabricantes, lideradas pela Fibria, anunciaram reajustes de US$ 30 por tonelada, o que elevou as cotações internacionais para US$ 850 na Europa, US$ 750 na Ásia e US$ 900 na América do Norte.
Os meses seguintes, contudo, marcaram a retração dos preços internacionais, consequência do início do verão no Hemisfério Norte. Durante esse período, caracterizado pela realização de paradas programadas para manutenção, os preços apresentaram forte queda, interrompida apenas em outubro.
No final de setembro, a Suzano Papel e Celulose anunciou reajuste nos valores cobrados a partir de 1º de outubro, para US$ 800 por tonelada para a Europa e US$ 700 para a China.
Na oportunidade, a Fibria optou por não anunciar novos preços, uma vez que os valores propostos pela Suzano eram inferiores àqueles anunciados em maio. Logo, como não houve anúncio oficial de queda das cotações, não haveria razão para anunciar reajuste a valores inferiores aos do primeiro semestre.
O anúncio da Suzano, contudo, foi importante porque “formalizou” a interrupção da trajetória de queda dos preços. E abriu expectativa de que os valores propostos em maio passado pudessem ser retomados.
“Suportamos os preços no mercado. Não anunciamos o aumento na mesma forma que a Suzano, por isso pode parecer que não houve aumento. Mas (com o anúncio da Suzano) nos posicionamos com o novo patamar de preços”, disse no final de outubro o diretor Comercial e de Logística Internacional da Fibria, Henri Philippe van Keer.
Agora, superado este primeiro momento, a Fibria finalmente volta a anunciar um reajuste, o primeiro desde aquele divulgado em abril passado e em vigor a partir de maio de 2013.
“Vemos o anúncio (da Fibria) como um forte indicativo de que a relação entre oferta e demanda está de fato apertada e esperamos que os preços da celulose continuem fortes pelo menos até o primeiro trimestre de 2014”, destacaram em relatório os analistas Thiago Lofiego e Karel Luketic, do Bank of America (BofA) Merrill Lynch.
A visão positiva até o início de 2014 é justificada pela postergação no cronograma de início de operações das novas fábricas de celulose da Suzano em Imperatriz (MA) e da joint venture Montes del Plata, formada por Arauco e Stora Enso, no Uruguai.
A primeira deve iniciar operações ainda neste ano e a segunda apenas no início de 2014, mais de seis meses após a projeção anterior. O volume das duas fábricas, no entanto, deve chegar efetivamente ao mercado apenas a partir do segundo semestre, com a maturação da curva de produção das fábricas.
Spot
O anúncio de reajuste da Fibria deve alterar o tom das negociações entre fornecedores de celulose e clientes ao longo das próximas semanas. Os números divulgados semanalmente pela consultoria europeia Foex mostram que ainda há uma grande distância entre os valores no mercado spot e aqueles sugeridos como referência pelos fabricantes do insumo.
Dados divulgados nesta terça-feira, 3, indicam que o valor de mercado de celulose de fibra curta vendida na Europa está em US$ 770,78 por tonelada, ainda distante do valor de US$ 820 por tonelada proposto pelas produtoras.
Na Ásia, o valor desta semana ficou em US$ 660,91 por tonelada, contra o preço lista de US$ 700 em vigor no continente. Em ambos os casos, os valores desta semana apresentam queda na comparação com o dado divulgado na terça-feira da semana passada.
Fonte: Exame.com
Adaptado por Tissue Online