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Fibra com alvura de 80% é a nova aposta da Melhoramentos

Thomas Meyer, diretor da unidade de Fibras da Melhoramentos, comentou a respeito do lançamento do Claryum e os próximos planos da companhia no Brasil

Thomas Meyer, diretor da unidade de Fibras da Melhoramentos, companhia de 130 anos com grande história no Brasil, participou do Talk Tissue com Felipe Quintino, e comentou a respeito das mudanças no mercado de tissue provocadas pela pandemia do coronavírus. “Quando a gente olha para as oportunidades de negócio, a gente acabou sendo afetada positivamente, por dois motivos. A celulose, a despeito de estar com preço estável; o dólar está contribuindo com preço efetivo em reais, teve uma subida forte, então aquele fabricante que usava só fibra virgem está pressionado nesse sentido. O outro lado da cadeia, que é o lado das aparas, também está em um momento difícil, por conta da escassez e também, na minha visão, uma questão estrutural, eu acho que a apara de imprimir/escrever a despeito de pandemia é uma apara que vai ficar cada vez mais escassa por conta da migração para novas mídias”, defende.

Nesse sentido, Thomas comentou a respeito do Claryum, nova fibra com alvura maior que 80%, lançada recentemente pela Melhoramentos. “O projeto começou em 2017, quando começaram todos os estudos e, na virada do ano, em dezembro, a gente fez o start-up do que a gente chama de linha 2, a linha Claryum. Esse projeto passou por um momento de estabilidade e, hoje, o produto já está pronto para ir para o mercado. O produto trouxe algumas melhorias para nossa fibra, a mais notada e comentada é a alvura de 80%, ISO mínima, com estabilidade. Tivemos um ganho importante com demanda iônica, a parte de resistência é 20% maior da linha 2 perante a linha 1, o PH também teve uma evolução”, explica.

Na indústria de tissue, Thomas contou que algumas empresas já estão consumindo esse produto. “Já temos alguns players comprando, inclusive de porte bastante relevante. Hoje, nós temos cinco clientes comprando de maneira regular e estamos testando em alguns outros, alguns em teste de laboratório outros já em teste de máquina”, pontua.

Thomas também disse que a mudança de hábito da população deve impulsionar o mercado de tissue em um cenário pós-coronavírus. “As pessoas de classe média, que têm um pouco mais de recurso, vão ter no carro, na casa, uma caixa de lenço de papel de maneira mais constante. Na camada que tem um pouco mais renda, tem também a toalha de multiuso para fazer limpeza doméstica – acho que vai ser o grande expoente –, tem a questão dos secadores de mão elétricos, que têm um debate muito grande por conta do risco de contaminação que esses aparelhos podem produzir… Acho que mesmo a população que tem um aperto de renda vai tentar, dentro do possível, proteger sua família”, opina.

Por fim, o executivo comentou a respeito da história da Melhoramentos no Brasil e os planos da companhia para os próximos anos. “A Melhoramentos tem 130 anos de existência, para a gente ter mais 130 anos, vamos ter que continuar com esse ritmo acelerado de mudança. A gente tem aqui na divisão de fibras, o lançamento do Claryum, que é o mais recente, estamos deixando ele estável. Isso pronto, a gente pensa em ter outros negócios voltados para o mercado sanitário, uma fibra seca, por exemplo. A Melhoramentos, fora a área de fibras, tem mais três divisões de negócio: a divisão florestal, que hoje está praticamente para atender fábrica de fibras, mas a gente quer transformá-la em unidade formadora de negócio, para que a floresta possa gerar receita também. Temos uma unidade em Camanducaia (MG), uma em Bragança Paulista (SP) e uma em Caieiras (SP). Temos a unidade da editora, que hoje tem o foco em infanto-juvenil, gastronomia; temos falado bastante aqui em abrir novas frentes, transformar a editora nesse mundo que está virando digital, em não ser só uma editora tradicional. Por último, mas não menos importante, a divisão patrimonial”, encerra.

Confira na íntegra o Talk Tissue com Thomas Meyer, diretor da unidade de Fibras da Melhoramentos:

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