Fabricantes de tissue são investigadas por fraude
Em operação de combate a irregularidades em papel higiênico e papel toalha em diversas regiões do país, pelo menos seis marcas institucionais de pequeno porte já foram apreendidas

Em setembro, fabricantes brasileiras de tissue de pequeno porte começaram a ser investigadas sob a acusação de que estavam produzindo e comercializando papel higiênico e papel toalha para o segmento institucional em quantidades menores às indicadas em suas embalagens. A denúncia inicial foi apresentada pela Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, contra a capixaba Virgempel, localizada em Cariacica (ES).
No decorrer da primeira fase da operação, a Polícia Civil do ES identificou quatro marcas que estavam sendo vendidas fora das especificações, com problemas na rotulagem ou fraudes em relação ao tamanho e quantidade dos produtos.
Já na segunda fase da operação de combate à fraude em papel higiênico e papel toalha, foram inspecionadas oito lojas em Vila Velha, Vitória e Serra, todas no Espírito Santo. O Procon-ES identificou, ainda, uma quinta marca com indícios de irregularidades e todas as cinco marcas suspeitas foram apreendidas e retiradas dos locais de venda.
Depois da primeira denúncia que acusava a fábrica capixaba de tissue Virgempel, o Procon recebeu também outras denúncias envolvendo fábricas de outras regiões do Brasil. As marcas acusadas de comercializar o produto em quantidades menores às informadas nos rótulos foram divulgadas pela Polícia Civil. São elas: Qualilux e Ecofit de Santa Catarina; Cristal Paper, de São Paulo; Benn, de Serra (ES) e HPel, de Vila Velha (ES).
A operação que investiga as denúncias é um trabalho conjunto da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) com o Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-ES) e o Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Espírito Santo (Ipem-ES).
Segundo Mário Louzada, gerente de Fiscalização do Ipem-ES, as empresas envolvidas nas fraudes cometiam diversas irregularidades. “Estão fraudando o tipo de celulose, o comprimento e largura dos rolos de papel higiênico e a quantidade das toalhas de papel”, afirmou. “Verificou-se que, em pacotes de 1 mil toalhas, por exemplo, havia 400, 480, 500 toalhas. Num rolo de papel higiênico de 500 metros, havia só 280. O que temos verificado com o Procon e a Delegacia do Consumidor é que são empresas de vários estados, atuando da mesma forma, com o mesmo tipo de fraude”, completou.
A operação ainda revelou que todas as amostras de papel higiênico coletadas apresentaram desvio de padronização na largura, conforme estabelecido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Já as amostras de papel toalha das marcas Benn e Papéis Hpel tinham comprimento e largura abaixo das especificações indicadas nos rótulos. Nas demais marcas, foi identificado erro nos rótulos por não conter as informações de quantidade exigidas pelo Inmetro.