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Fabricante alemã de papel tissue inova para contornar altos custos de produção

Após pedido de insolvência, a Hakle passou a usar resíduos de café como matéria-prima para produzir papel higiênico

Sufocada pelos altos custos de energia e celulose, a fabricante alemã de papel tissue Hakle vem apostando em inovações para manter sua produção. A companhia passou a utilizar resíduos de café como matéria-prima, uma alternativa que também contribui com o meio ambiente.

Recentemente, a Hakle entrou com pedido de insolvência devido ao aumento vertiginoso dos custos de energia na Europa, causado pela invasão russa da Ucrânia. Além disso, a empresa foi fortemente impactada pelos preços da celulose, que, desde 2020, aumentaram significativamente em virtude da alta demanda na China, o maior consumidor mundial.

Sabendo que grandes quantidades de borra de café são produzidas pela indústria alimentícia europeia todos os anos, a Hakle encontrou uma maneira de transformar esses resíduos em matéria-prima para fazer rolos de papel higiênico.

Segundo a diretora de marketing Karen Jung, a fábrica da empresa em Düsseldorf produziu os primeiros rolos usando o novo método na semana passada. “A meta é usar de 20% a 25% da borra de café como matéria-prima para a fabricação de papel, substituindo a polpa de madeira”, disse Jung, acrescentando que a empresa está trabalhando para atingir esses níveis. “Isso não parece muito – mas significa que um quarto a menos de árvores precisa ser usado”, acrescentou.

Esta não é a primeira vez que a empresa inova em seu processo produtivo. Dois anos atrás, a Hakle chegou a usar grama cultivada na Renânia para fazer papel higiênico.

Nos últimos tempos, a fabricante passou por vários ciclos de altos e baixos. Depois de 2020, quando arrecadou cerca de € 80 milhões (US$ 80,2 milhões) em vendas e lucrou cerca de € 700.000, agora vê sua receita encolher à medida que os custos de produção explodem.

“O custo de um rolo de papel higiênico depende 80% da celulose, energia e logística – e todos esses três fatores são impulsionados pelos mercados mundiais”, afirmou Jung.

O preço do gás subiu para 400 euros por megawatt-hora e até 1.000 euros para a eletricidade – um custo muito alto para a fábrica da empresa em Düsseldorf, que consome cerca de 100 gigawatts-hora por ano.

A Hakle tem quase um século de história e passou por vários proprietários diferentes nos últimos 40 anos, incluindo a gigante norte-americana de bens de consumo Kimberly-Clark e uma empresa de private equity de Luxemburgo, antes da Volker Jung adquirir 50% das ações em 2019.

A companhia já deixou de usar gás, substituindo-o por gasolina, em seus processos de produção de papel. Com relação à eletricidade usada para a conversão dos rolos, o objetivo final é cobrir metade de suas necessidades usando energia solar.

De acordo com Jung, o processo preliminar de insolvência de três meses deu à empresa algum espaço para respirar enquanto procura atender a uma enorme quantidade de pedidos. “Depois de uma interrupção curta e total das atividades [no início de setembro], agora realmente temos que colocar o pé no acelerador”, disse.

A Hakle pretende continuar investindo em sua fábrica de Duesseldorf, que possui mais de 220 trabalhadores.

Fonte
Manila TimesSamaa English News
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