Fabricação de celulose no Uruguai começa em breve, diz Stora Enso


A sueco-finlandesa Stora Enso, uma das maiores papeleiras da Europa, reafirmou hoje que a fábrica de celulose de eucalipto em construção no Uruguai, chamada Montes del Plata, entrará em operação “nos primeiros meses de 2014”.
“A fábrica de celulose Montes del Plata está neste momento encerrando os trabalhos de construção e de comissionamento [teste dos equipamentos]”, informou. Segundo consultorias internacionais, a expectativa é que a unidade entre em operação em abril.
A fábrica no Uruguai, uma joint venture entre Stora Enso e Arauco, pertencente à chilena Copec, terá capacidade de produção de 1,3 milhão de toneladas por ano de celulose de fibra curta. A previsão original era a de que a unidade entrasse em operação em julho do ano passado. O prazo, contudo, foi prorrogado para setembro e, posteriormente, para o início de 2014.
No quarto trimestre, a Stora Enso registrou prejuízo líquido de 160 milhões de euros. Nos mesmos três meses de 2012, a empresa havia observado lucro de 266 milhões de euros.
De acordo com o grupo, as perdas foram resultado de baixa em ativo imobilizado de cerca de 556 milhões de euros na área de impressão, por conta das baixas expectativas para o mercado europeu de papel. Além disso, foi realizada uma reavaliação de valor justo relacionado a unidades na China, que trouxe ganho de 179 milhões de euros.
Veracel
Parte das despesas não recorrentes está relacionada à Veracel, empreendimento conjunto com a brasileira Fibria. Em dezembro, a empresa entrou em acordo com um fornecedor para encerrar arbitragem em função de pagamento de multa da Receita Federal. Os gastos chegaram a 8 milhões de euros, com o restante de R$ 22,5 milhões cabendo à Fibria.
A receita líquida da companhia, no mesmo período, chegou a 2,6 bilhões de euros, ou seja, queda de 4,5% em igual comparação. Dessa redução, cerca de 1 ponto percentual foi causada por preços menores e mix de produtos menos rentáveis e 2 pontos por conta da conversão das moedas dos países em que atua para o euro.
No trimestre, a Stora Enso fechou algumas máquinas de produção de papel e vendeu alguns ativos, movimentos que ficaram responsáveis por dois pontos percentuais da queda no faturamento. Não fossem essas medidas, chamadas de “mudanças estruturais” pela finlandesa, a receita teria caído aproximadamente 3%.
Para compensar as menores vendas, a companhia conseguiu enxugar a estrutura de custos para tentar garantir rentabilidade às operações. Os gastos com matéria-prima e serviços, por exemplo, recuaram 14,5% em 12 meses, para 1,52 bilhão de euros. As despesas com vendas caíram 10%, para 234 milhões de euros. Ao mesmo tempo, o custo com pessoal subiu 10,6% e chegou a 344 milhões de euros.
O balanço foi bem recebido pelo mercado. Após a divulgação das demonstrações financeiras, as ações da finlandesa dispararam na bolsa de Helsinque. Há pouco, os papéis avançavam 5,06%, cotados em 7,07 euros.
No ano, a Stora Enso enfrentou prejuízo de 71 milhões de euros, contra lucro de 490 milhões de euros em 2012. A receita líquida da empresa foi a 10,54 bilhões de euros, queda de 2,5%.
Valor Econômico