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Em entrevista ao Site Valor Econômico, o presidente da companhia, José Carlos Grubisich, disse que a meta é colocar a nova linha em operação até o fim de 2018, de forma que a matéria-prima comece a chegar ao mercado no início de 2019.
“Estamos dentro do cronograma”, afirmou, refutando informações no mercado de que a empresa poderá adiar o projeto novamente. Pelo planejamento original, a segunda linha de Três Lagoas entraria em operação em 2017, porém com capacidade inferior em 1 milhão de toneladas em relação ao projeto atual.
No momento, uma equipe da Eldorado está dedicada a preparar a empresa para uma eventual oferta inicial de ações (IPO) caso haja uma janela no mercado. Algumas instituições teriam indicado que pode haver espaço para uma operação desse tipo em 12 meses ou já no segundo semestre, segundo o executivo. Ele ressaltou, porém, que ainda não há decisão sobre a realização da oferta, nem houve consulta aos seus acionistas.
A colocação de ações entraria na parcela de equity do projeto, que ainda contempla a alternativas de entrada de novo sócio no capital da empresa e aportes dos acionistas atuais – a J&F Investimentos tem 80,9% das ações da Eldorado e os fundos de pensão Petros e Funcef, 8,53% cada um. “Essas alternativas são complementares”, explicou o executivo.
Por meio de equity, a companhia pretende levantar entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões. Outros R$ 2,5 bilhões seriam financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 1,5 bilhão deve vir Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste, de R$ 1,3 bilhão a R$ 1,5 bilhão do FI-FGTS e cerca de US$ 700 milhões de agências de crédito à exportação (ECAs, na sigla em inglês) da Europa e da Ásia.
Uma decisão final sobre a execução do projeto, conforme Grubisich, somente será tomada após a definição da estrutura de capital. O executivo não revela detalhes das negociações, mas confirma que há conversas em andamento com potenciais sócios. “Sempre há conversas”, afirmou.
No passado, a companhia teria tentado, sem sucesso, atrair a Previ para o quadro de acionistas. Depois disso, produtores de celulose, entre os quais uma chilena, teriam se aproximado da companhia, que também teria buscado conversar com um fundo chinês e um de Cingapura.
Do lado operacional, a Eldorado já enviou pedidos de propostas aos principais parceiros do projeto, batizado Vanguarda 2.0, e espera iniciar as conversas com esses players no segundo semestre. Neste momento, a companhia está revisando a engenharia básica da nova linha, cuja capacidade de produção foi ampliada a até 2,5 milhões de toneladas por ano – com 2,3 milhões de toneladas no momento de partida.
A Eldorado iniciou a operação da fábrica de Três Lagoas em novembro de 2012, com capacidade nominal para 1,5 milhão de toneladas por ano. Hoje, a unidade pode produzir 1,7 milhão de toneladas por ano, com custo caixa de US$ 163 a tonelada.
Valor Econômico