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Especialistas comentam soluções da indústria tissue 4.0

Indústria 4.0 pode trazer diversas vantagens ao mercado de tissue, porém, ainda é preciso enfrentar desafios para incorporar essa realidade por completo

O sexto Painel Tissue Online, divulgado na sexta-feira, 11, discutiu a indústria tissue 4.0. O debate se deu em torno da Quarta Revolução Industrial, isto é, a Indústria 4.0, aplicada ao mercado de tissue, e contou com a presença especial de alguns parceiros e especialistas no tema.

Participaram do painel: Bruno Okazaki, coordenador de transformação digital e indústria 4.0 da Fabio Perini; Marcos Scheil, diretor de vendas da Voith/Toscotec no Brasil; Felipe de Oliveira, diretor técnico da Auti; e Marcos Stiborski, diretor da Twins Software.

Na ocasião, eles discutiram os benefícios da Indústria 4.0 ao mercado de tissue, as soluções e produtos dessa indústria aplicáveis ao segmento, o que está por vir em termos de digitalização no setor papeleiro e os desafios para que essa realidade seja integrada por completo.

Bruno começou o debate explicando como a Fabio Perini vem buscando se adaptar a essa realidade e quais as soluções ofertadas pela empresa dentro da Indústria 4.0. “Por ter uma cultura voltada à inovação, a Perini rapidamente identificou o potencial da aplicação desse novo paradigma na 4.0, não só as nossas soluções como também nossos processos internos. Nesse contexto, desenvolvemos soluções voltadas a entregar clareza e controle inteligente efetivo ao cliente sobre processo produtivo, com base de dados em informações coletadas em tempo real usando algoritmos. O convertedor de tissue vai ter todas essas rotinas de manutenção mapeadas e otimizadas automaticamente através de algoritmos de machine learning, identificação preditiva sobre a necessidade de troca de componentes críticos e aquisição dos mesmos. Temos algumas soluções que possibilitam monitoramento de performance dos processos a distância, de forma bem gráfica, bem simples, em tempo real”, diz, salientando que a Perini tem experts que podem analisar os dados dos processos e gerar relatórios práticos voltados a melhorias de performance. “Com base nessa análise, os experts vão criar alternativas para melhorar velocidade, além de alertar possíveis anomalias e realizar o suporte remoto. Também disponibilizamos uma plataforma on-line voltada a treinamentos de alta qualidade, com vídeos, animações 3D”.

Marcos Scheil também contou quais são os principais desenvolvimentos de soluções e produtos nos quais a Voith está trabalhando neste momento com relação a tissue 4.0. “A Papermaker 4.0 são soluções que Voith definiu para a linha completa de fabricação de papel e com aplicação no tissue também; essas aplicações têm basicamente dois pilares: aumento de eficiência e aumento de disponibilidade das máquinas. Usando sensores virtuais, o One Efficiency faz medições ao longo do processo analisando esses dados e fazendo os ajustes automaticamente, podemos ter sensores na refinação, sensores na caixa de entrada, sensores de gramatura, para que toda flutuação que você tenha no processo você possa otimizar – isso é uma parte de eficiência. Na parte de disponibilidade, tem uma linha que chama One Care, que também vai na linha da manutenção e prevenção para monitoramento dos equipamentos em linha. Nessa pandemia, também temos especialista dando suporte técnico 24 horas por dia pela internet”, pontua.

Felipe de Oliveira também comentou de que forma a Indústria 4.0 ajuda a ter um controle real time do consumo de energia. “É possível tanto em real time quanto análise dos dados, e não é só energia elétrica, a gente também pode monitorar e registrar para análise todos os insumos da máquina de papel, como gás, vapor, produtos químicos, até mesmo aparas ou celulose. Em resumo, você pode acompanhar tudo que está acontecendo em tempo real, você pode, através de análise, relacionar esses custos, com tonelada produzida, custo por turno, dia, mês, ano, tipo de papel”, observa.

Marcos Stiborski explicou de que forma a informação, aliada à tecnologia, ajuda os convertedores na tomada de decisões rápidas e mais precisas. “Nós criamos um ecossistema que permite buscar essa informação diretamente do CLP (Computador Lógico Programável), e capturar esses dados e ser capaz de jogar eles dentro do ERP (Enterprise Resource Planning), eliminando o apontamento manual, ou seja, criar uma solução que seja fácil e que seja totalmente integrável. Tem uma série de variáveis que a gente controla e disponibiliza para que essa tomada de decisão seja rápida, seja eficaz”, pondera.

Dentre as soluções para convertedores, destaca-se o Tissue Performance Center, da Fabio Perini. “O Tissue Performance Center – a gente chama de TPC –, é uma solução que está consolidada em outras regiões e agora está sendo lançada aqui na América Latina. Podemos resumir o TPC como sendo um centro de serviços avançado de atendimento ao cliente, lá temos nossos experts on-line, um time de especialista que está disponível para dar suporte exclusivamente ao cliente usuário do TPC, os experts periodicamente podem produzir relatórios para o fabricante de tissue poder incrementar o processo dele, sugerindo algumas melhorias”, descreve.

No caso da Voith, Scheil conta que existe a solução chamada Break Protector. “Vai um pouco além de você fazer uma predição da quebra, você coleta dados do processo que vai desde a preparação de massa, da máquina, e a partir do momento que há uma quebra, você consegue fazer uma relação dessa quebra com esses dados, ao longo do histórico de dados que você coletou, você pode prever que essa quebra vá ocorrer novamente. O que a gente está pensando não é só em fazer essa predição, mas também com conhecimento na fabricação do papel, eliminar a causa raiz, do que chegou a causar esses dados”, fala, mencionando ainda a Digital Twin. “Você tem no seu computador para poder rodar em tempo real a máquina tissue com todas as suas variáveis paralela a máquina real, e com isso, não só poder fazer os ajustes virtuais e transferir esses ajustes na máquina real”.

Felipe defendeu que a utilização da nuvem é extremamente segura na Indústria 4.0, mesmo que algumas empresas tenham receio em subir seus dados para esse sistema. “A nuvem é uma tendência mundial, por exemplo, já tem muito tempo que usamos a internet banking no celular, então, você já passou a confiar que a operação on-line é segura, na nuvem não é diferente, o nível de criptografia e segurança que tem hoje para aplicativos na nuvem é se não igual, melhor do que o do internet banking, uma outra vantagem de nuvem é a quantidade de aplicativos disponíveis para você fazer análise, predição de falhas, inteligência artificial, tratamentos de dados, muita coisa já está desenvolvida e é barato, por que você tem um formato de assinatura, você não vai comprar um software, vai pagar por mês e isso vai ter trazer uma redução inicial de custo”, ressalta.

Marcos finalizou pontuando quais indicadores estratégicos é possível monitorar com a Indústria 4.0. “Com bases em apenas seis variáveis, extraídas do CLP, podemos gerar a OEE (Overall Equipment Effectiveness) em tempo real. O CLP tem milhares de informações, e como tornar isso viável? Cada processo desse tem várias informações, o importante é detectar o que é mais relevante no processo que vai estar agregando valor efetivamente a qualidade do produto, quer seja redução de custo, qualidade, mas também de quais informações são relevantes para a tomada de decisão no caso de uma falha ou coisa parecida”, conclui.

Confira na íntegra o Painel Tissue Online: Indústria tissue 4.0:

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