A preocupação com o meio ambiente está cada vez mais na ordem do dia, seja nos rios, seja no ar e até mesmo nas ruas das cidades. Nas empresas, isso não é diferente. Grandes corporações fazem da gestão ambiental um dos pilares de seus negócios. Prova disso é a gigante de papel e celulose Klabin. A companhia assinou, na última semana, um contrato de R$ 120 milhões com a Enfil Controle Ambiental, de São Paulo, para o tratamento dos efluentes de sua nova fábrica em Ortigueiras, no interior do Paraná. O empreendimento, que terá investimento da ordem de R$ 7 bilhões e será o maior do País em volume de produção, terá uma vazão de 5,5 mil metros cúbicos por hora de água com resíduos industriais, que será tratada para reuso.
A Enfil venceu a disputa com outros pesos-pesados do setor, como as francesas Veolia e Degremont. Além do tratamento da água, o contrato prevê o fornecimento de tecnologia e equipamentos para a Klabin instalar sua própria estação de tratamento dentro da fábrica. “Demoramos dois anos para conseguir nosso primeiro contrato em papel e celulose”, diz o presidente da Enfil, Franco Castellani Tarabini. “É um setor promissor no Brasil, assim como saneamento básico, óleo e gás.” A estratégia da Enfil é levar seu know-how na indústria petrolífera, graças aos dez anos de prestação de serviços à Petrobras, para o setor de papel e celulose – alvo recorrente dos ambientalistas.
Atualmente, 40% dos R$ 440 milhões do faturamento da Enfil saem dos cofres da estatal brasileira. Desde 2004, a Petrobras pagou R$ 4,5 bilhões pelos serviços ambientais da Enfil. “Este ano será o melhor da história para a Enfil em contratos firmados, e 2015 será o melhor em faturamento”, afirma Tarabini. O horizonte parece promissor para a empresa. Marcus Nakagawa, professor da ESPM e sócio-diretor da consultoria de sustentabilidade i-Setor, aposta que as empresas brasileiras, nos próximos dez anos, estarão muito mais focadas em suas atividades principais, terceirizando a gestão ambiental para empresas do ramo. A estimativa é de que a redução nos custos operacionais com a terceirização dos serviços ambientais chegue a 40%. “Será um grande negócio”, diz Nakagawa.
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