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A nova linha da Eldorado terá capacidade produtiva de 2 milhões de toneladas por ano e entrará em operação no primeiro semestre de 2018. O projeto de engenharia básica já foi concluído e a tomada de preços com fornecedores está em andamento. De acordo com o presidente da companhia, José Carlos Grubisich, a Eldorado vai, a partir de agora, acelerar as discussões sobre a estrutura de financiamento do projeto, que ainda não está fechada.
“Estamos trabalhando em várias alternativas de financiamento. Os sócios atuais querem avançar no projeto de expansão e também avaliamos a entrada de novos sócios”, afirmou. Ao fim do primeiro trimestre, a dívida líquida da companhia estava em R$ 7,717 bilhões.
O projeto de ampliação, que mais que dobra a capacidade produtiva da Eldorado, vai demandar investimentos da ordem de R$ 10 bilhões – R$ 8 bilhões somente no projeto industrial – e deve entrar em operação no primeiro semestre de 2018. A nova linha se somará à fábrica que entrou em atividade no fim de 2012 e hoje já está apta à produção de 1,7 milhão de toneladas anuais de celulose. No futuro, as duas linhas juntas poderão alcançar 4 milhões de toneladas produzidas por ano.
De acordo com Grubisich, 30% do investimento, ou R$ 2,4 bilhões se considerado somente o valor do projeto industrial, será custeado pelos sócios e eventuais novos parceiros da Eldorado. Os demais 70% serão levantados com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), FI-FGTS, agências de crédito à exportação (ECAs) e Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO).
Na avaliação de Grubisich, há espaço para novas fábricas de celulose no mercado global, que tem crescido, segundo ele, à média de 1,4 milhão a 1,6 milhão de toneladas por ano. De hoje até 2018, considerando-se os projetos anunciados, em construção ou já em operação somente no Brasil – Celulose Riograndense (CMPC), Klabin, Fibria e a própria Eldorado, haverá oferta adicional de 6,5 milhões de toneladas por ano.
“Os diversos projetos têm de chegar no momento correto. Os preços podem ficar voláteis no momento de entrada da nova fábrica, mas se olharmos para o passado, quando a Eldorado entrou, os preços subiram. Agora, com a CMPC, está acontecendo o mesmo”, afirmou Grubisich, acrescentando que a Eldorado tem uma visão “mais favorável” do mercado.
A Fibria, por sua vez, planeja investir US$ 2,5 bilhões para instalar uma linha de 1,75 milhão de toneladas por ano, que se somará às 1,3 milhão de toneladas já produzidas anualmente em Três Lagoas. A meta é colocar o projeto em operação no terceiro trimestre de 2017.
Valor Econômico