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Eldorado Brasil têm lucro de R$414 milhões e vê preços de celulose em alta

A Eldorado Celulose, mais recente produtora do país do insumo usado na produção de papel, reverteu resultado negativo de um ano antes no segundo trimestre, apoiada por volume recorde de vendas e estimou que os preços do insumo terão alta gradual até o final do ano.

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A companhia teve lucro líquido de 414 milhões de reais de abril ao final de junho, revertendo resultado negativo de 5,7 milhões de reais sofrido no mesmo período do ano passado, quando iniciou a construção de uma segunda linha de produção do insumo.

A empresa, que está se preparando para uma possível abertura de capital (IPO), teve ainda um incremento de 23 por cento na geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), a 469 milhões de reais. A margem no período passou de 45 para 58 por cento.

“O trimestre foi mais uma vez muito bom (…) O mercado global continua com demanda crescente e o nosso recorde de vendas permitiu uma redução de mais de 100 mil toneladas em nosso estoque”, disse o presidente-executivo da Eldorado Celulose, José Carlos Grubisich.

Segundo ele, o volume de celulose vendida no segundo trimestre, de 465 mil toneladas, ajudou a compensar a valorização recente do real contra o dólar e queda nos preços internacionais.

Para os próximos meses, o executivo estima que o mercado se mostrará mais demandante de celulose diante da queda nos estoques mundiais do insumo, o que deve ajudar a firmar um movimento de alta progressiva nos preços da celulose.

“O mercado estabilizou em termos de preços em maio, em junho já vimos um aumento real efetivo sobretudo na Ásia. Acreditamos que as condições de mercado com aumento da demanda e o efeito da sazonalidade do retorno das férias no Hemisfério Norte o pior já está para trás”, acrescentou Grubisich.

Na terça-feira, dados da consultoria finlandesa Foex mostraram estabilidade nos preços da celulose na China nesta semana e analistas do BTG Pactual afirmaram em nota a clientes que enxergavam quadro difícil para a commodity no curto prazo.

De acordo com a consultoria, citada pelo BTG, os preços na China ficaram estáveis, a 515,6 dólares a tonelada. Na Europa, os preços da celulose de fibra curta subiram 3,8 dólares, para 681,3 dólares a tonelada.

A companhia, que inaugura o período de divulgação de resultados do setor de papel e celulose, terminou o segundo trimestre com 1,6 bilhão de reais em caixa, volume duas vezes maior que os vencimentos de operações estruturadas de dívida nos próximos 12 meses, disse Grubisich.

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Em junho, a Eldorado emitiu 350 milhões de dólares em bônus no exterior, em sua primeira operação do mercado financeiro internacional. Os títulos de cinco anos saíram a 8,625 por cento ao ano.

O presidente da companhia afirmou que a Eldorado continuará com estratégia de alongar vencimentos e reduzir custos.

O índice de alavancagem medido pela dívida líquida sobre Ebitda no segundo trimestre caiu a 3,7 vezes ante 4,1 vezes nos três primeiros meses do ano e 6,4 vezes um ano antes.

“Sentimos que o mercado internacional está com muito apetite pelo Brasil”, disse Grubisich.

Segundo ele, a Eldorado está se preparando para uma possível oferta inicial de ações (IPO) em São Paulo e Nova York e deve ter uma posição mais clara sobre uma eventual operação até o final do ano.

“Queremos estar preparados para oferecer a opção (de IPO) para o Conselho de Administração na primeira janela de oportunidade que surgir”, disse o executivo.

POLÍCIA FEDERAL
A Eldorado foi alvo no início do mês de ação da Polícia Federal no âmbito da operação Lava Jato. A ação da PF ocorreu pouco tempo depois da companhia ter concluído a emissão de dívida no exterior.

“Criou uma perturbação. Tivemos que explicar a situação aos detentores de bônus e investidores, mas estamos operando em condições normais”, disse o presidente da Eldorado Celulose. Segundo ele, nenhum executivo da empresa é réu ou foi citado na operação.

Apesar disso, a Eldorado contratou escritório de advocacia em Brasília para ajudar em uma investigação interna iniciada pela empresa para averiguar os contratos de financiamento acertados com o FI-FGTS para a construção da fábrica da empresa no Mato Grosso do Sul.

“Estamos definindo o escopo desse trabalho (de auditoria) junto com a KPMG”, disse Grubisich.

Sobre o projeto de expansão da capacidade da companhia para 4,2 milhões de toneladas por ano, o executivo comentou que a expectativa é que os novos equipamentos entrem em operação durante o primeiro semestre de 2019. A capacidade atual da fábrica é de 1,5 milhão de toneladas, mas está operando a um ritmo de 1,7 milhão, disse Grubisich.

A empresa espera receber propostas de fornecedores durante o trimestre atual e ter financiamento pronto no final do ano.

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