Demissões da Kimberly-Clark começam nesta segunda-feira
As demissões na fábrica da norte-americana fabricante de papel Kimberly-Clark começam nesta segunda-feira (11) em Eldorado do Sul e vão atingir 260 trabalhadores.
A unidade, uma das cinco da marca no Brasil, será fechada. A empresa vai desativar a operação até fim de maio, segundo anúncio feito na quarta-feira (6), dentro da reestruturação global da companhia divulgada em 2018.
São 200 funcionários diretos e 60 indiretos. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Celulose e Papel (Sinpacel-RS), João Caldas, informou nesta sexta-feira (8) que jovens aprendizes e estagiários já foram demitidos. O cronograma prevê que, nesta segunda, seja feita a dispensa de 20 funcionários, com o desligamento de uma máquina. No final de março, a empresa deve demitir mais uma leva de empregados. Os cortes vão ocorrer de acordo com a desativação das linhas.
Dirigentes do Sinpacel-RS e da Kimberly-Clark reuniram-se nesta semana para negociar acordos e benefícios para os demitidos. Os trabalhadores aceitaram as propostas feitas pela empresa em assembleia realizada nessa quinta-feira (7).
Conforme Caldas, foi acordado com a empresa que mulheres grávidas e os funcionários afastados por motivo de doença seriam incluídos nas negociações. “Foi tenso, foi complicado”, definiu o presidente sobre as negociações.
Conforme o acordo, funcionários que têm de zero a cinco anos de Kimberly-Clark ganharão um salário de gratificação. Trabalhadores com tempo entre cinco e dez anos receberão 1,75 salário e quem tiver entre dez e 20 anos de empresa receberá dois salários. Os mais antigos, com mais de 20 anos de fábrica, receberão 2,5 salários. O sindicato havia proposto inicialmente que todos os empregados da fábrica ganhassem a mesma gratificação, equivalente a seis salários, o que não foi aceito pela empresa.
Além do valor de gratificação, todos os trabalhadores receberão as verbas rescisórias, direito previsto na Consolidação das leis do Trabalho (CLT). Além disso, os empregados continuarão a ter plano de saúde e a receber o vale-mercado por três meses após a demissão, além de serem atendidos por um programa de recolocação no mercado.
Ao final das operações, a empresa deve transferir quatro máquinas da fábrica gaúcha para as duas unidades de São Paulo, o que deve abrir novos postos de trabalho no estado e possibilitar a transferência de trabalhadores que atuam em Eldorado do Sul. Conforme João Caldas, a fábrica “vem parando as máquinas e demitindo funcionários desde 2017”, alegando o baixo crescimento do mercado gaúcho. Atualmente, cerca de 70% da produção da fábrica são levados para o Sudeste.
No Brasil há mais de 20 anos, a Kimberly-Clark conta com unidades na Bahia (Camaçari), em São Paulo (Susano e Mogi das Cruzes) e Santa Catarina (Correia Pinto).
Fonte: Jornal do Comércio