Da operação ao Conselho: uma nova perspectiva sobre legado, gestão e futuro
Por Luciana Dobuchak, membro do Conselho de Administração da IPEL
Durante mais de duas décadas, vivi intensamente a rotina comercial da IPEL. Foram anos de construção, relacionamento com clientes, desenvolvimento de produtos e expansão de mercado. A área comercial sempre foi, para mim, o coração pulsante da empresa – onde a estratégia se encontra com o cliente, e onde o resultado se transforma em reputação.
Mas, recentemente, dei um passo diferente: deixei a operação para assumir uma cadeira no Conselho de Administração. E essa transição, mais do que uma mudança de função, tem sido uma mudança de perspectiva.
No Conselho, o olhar é mais amplo, mais estratégico e mais voltado para o longo prazo. É onde discutimos o futuro da empresa, a sustentabilidade do negócio, a cultura organizacional e, principalmente, a continuidade do legado que nossos fundadores, Julio Dobuchak e Milton Mantau, construíram com tanto esforço, coragem e visão.
Levar adiante esse propósito é uma responsabilidade que vai além da gestão – é um compromisso com a história, com as pessoas e com o impacto que queremos deixar. E é justamente nesse contexto que a governança se torna essencial. Ela não é apenas uma ferramenta de gestão, mas um instrumento de continuidade. É o que permite que empresas familiares como a nossa se preparem para os próximos ciclos com estrutura, clareza e equilíbrio.
A sucessão, seja familiar ou profissional, não acontece por acaso. Ela exige preparo, diálogo e, acima de tudo, intenção. E a governança é o caminho que organiza esse processo, dando segurança para que a transição ocorra de forma saudável, respeitosa e estratégica.
Hoje, no Conselho, tenho a chance de contribuir não apenas com a experiência comercial, mas com uma visão mais sistêmica, conectada aos desafios que estão por vir. E essa jornada me fez perceber o quanto é importante que outras empresas familiares também se preparem para esse momento. A sucessão não é um tema para ser adiado – é uma conversa que precisa começar cedo, com maturidade e com apoio das estruturas certas.
Governança e sucessão são, juntas, a ponte entre o legado e o futuro. E é essa ponte que estamos fortalecendo na IPEL – com respeito à nossa história, mas com os olhos voltados para o que ainda queremos construir.
Se você também faz parte de uma empresa familiar, convido você a refletir: como está sendo construída essa ponte entre gerações na sua organização? A sucessão não precisa ser um momento de ruptura ou perda – ela pode (e deve) ser um movimento estratégico, planejado e inspirador. Falar sobre governança é falar sobre futuro. E preparar o futuro é a forma mais genuína de honrar o passado.


















