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A empresa teme maiores tarifas nos contratos de eletricidade de alguns projetos produtores de papel. Segundo Fabio Schvartsman, presidente do grupo, todas as companhias do setor estão na mesma situação, prevendo pressão em seus resultados por conta do maior custo de energia. Contudo, o executivo garante que a chegada de mais volumes no mercado, com o início de atividades dos novos empreendimentos, ajudaria a compensar. Outro movimento esperado é um reajuste de preços para papéis e cartões, amenizando a perda de rentabilidade.
A previsão é que o Projeto Puma, de celulose, comece a operar no primeiro trimestre de 2016, mas antes disso, com as caldeiras sendo ligadas, já será possível contabilizar ganhos com a venda da energia gerada por meio da biomassa. “Em pouco tempo, antes mesmo de iniciar as atividades, vamos vender energia elétrica [no mercado à vista] porque as caldeiras vão ser ligadas”, afirmou Schvartsman. Em 2016, a Klabin deverá ser superavitária em termos energéticos.
Já a desvalorização do real provavelmente vai continuar impulsionando o resultado da fabricante de papéis para embalagens. “O câmbio avança além de nossas perspectivas e deve se transformar em um fator positivo”, disse o presidente da companhia. Além dessa ajuda financeira, o executivo citou também a manutenção do bom momento operacional dos mercados em que atua como outra razão para acreditar que 2015 será “mais um bom ano” para o grupo.
Sérgio Alfano, diretor financeiro da Klabin, declarou durante a teleconferência que o câmbio também ajudou no aumento da previsão de rentabilidade futura de Puma. “O custo é, em grande parte, denominado em real, e quase 100% das receitas acabam sendo dolarizadas, porque competem com o produto importado. A rentabilidade teve alta substancial e nos investimentos o impacto foi limitado, já que só 14% do ‘capex’ [gasto de capital] industrial é em moeda estrangeira”, explicou.
Sobre a crise hídrica, Schvartsman garantiu aos investidores e analistas que o impacto de um eventual racionamento de água seria quase nulo sobre. “Somos bem privilegiados porque o grosso de nossas operações encontra-se no Sul do país, onde não há problemas de falta de água. Temos poucas operações no Sudeste e não demandam muita água”, disse.
A companhia espera que o desempenho do kraftliner, que estava em falta por conta de redução no uso da capacidade produtiva entre outubro e dezembro e por isso reduziu os volumes de exportação, comece a crescer substancialmente a partir deste ano.
Valor Economico