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Consumo de papel tissue cresce acima do mercado geral

Na contramão do mercado doméstico de papéis em geral, o consumo de tissue tem exibido taxas de crescimento importantes nesta década.

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Segundo dados da finlandesa Pöyry, empresa de consultoria e engenharia considerada uma referência para a indústria, nos últimos seis anos, o aumento médio do consumo aparente chegou a 3,67% ao ano, enquanto no conjunto de todos os tipos de papéis, de acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), houve queda anual de aproximadamente 1%.

No ano passado, o avanço do segmento tissue no país perdeu ritmo por causa da crise econômica. Ainda assim, ficou em terreno positivo, com alta de 2%, para 1,12 milhão de toneladas – já o consumo aparente de papéis recuou 2,7%, para 8,92 milhões de toneladas.

“Foi um ano muito difícil para a economia e o desempenho do tissue se descolou ainda mais do PIB [Produto Interno Bruto]”, explica o gerente de estudos econômicos da Pöyry, Manoel Neves. Historicamente, a correlação é de dois pontos percentuais para cima. Em 2016, porém, passou de cinco pontos.

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Com a retomada econômica, a tendência é de aceleração da demanda, segundo o executivo. Para 2017, a expectativa é de crescimento ao menos igual ao verificado no ano passado. Além do consumo per capita baixo em comparação a outros países, atualmente, mais de 80% da demanda de tissue no país se dá na forma de papel higiênico e há outros subsegmentos, como por exemplo o de lenços e guardanapos, que têm taxas de consumo ainda mais baixas, o que indica elevado potencial de expansão para os fabricantes.

Segundo a Pöyry, o consumo per capita no país cresceu cerca de 30% entre 2010 e o ano passado, passando de 4,6 quilos por ano para 5,4 quilos por ano. Para efeito de comparação, no Chile esse indicador está em torno de 12 quilos por ano e, nos Estados Unidos, chega a 25 quilos.

Após uma desaceleração nos dois últimos anos, os investimentos no setor tendem a recuperar fôlego com a retomada econômica, na avaliação de Neves. “Sem otimismo exagerado, mas o ritmo de modernização do parque fabril veio para ficar”, diz. As perspectivas positivas para esse mercado, no curto e longo prazos, também trouxeram novos concorrentes.

Uma das maiores empresas do setor, a Suzano Papel e Celulose se prepara para entrar nesse mercado, mediante investimento de R$ 540 milhões já em curso. O projeto contempla capacidade total de produção de 120 mil toneladas anuais desse tipo de papel, com capacidade máxima de conversão de 60 mil toneladas anuais.

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valor.com.br

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