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Confiança do setor supermercadista volta a cair, diz APAS

A Pesquisa de Confiança dos Supermercados do estado de São Paulo (PCS/APAS) demonstrou que os supermercadistas estão muito preocupados com o futuro.

Apenas 16% dos empresários do setor sinalizaram otimismo geral (ambiente econômico atual e futuro) em julho, uma queda de 6 p.p. em relação a junho. Com isso, a neutralidade chegou ao maior valor desde 2011, quando a pesquisa começou a ser realizada.

“Esta pesquisa reflete o grande compasso de espera e decepção do setor com o andamento da economia. Esperava-se mais contratações e uma consistente queda do desemprego, que, apesar de lenta, estava ocorrendo”, explicou o economista da APAS, Thiago Berka, que ainda falou outros motivos para a queda da confiança dos supermercadistas.

“Os acontecimentos dos últimos meses, como a perda de ímpeto reformista do governo federal e a greve dos caminhoneiros – que resultou na tabela do preço de fretes –, tornaram claro que o PIB não vai crescer os 3% que era esperado e o desemprego deve permanecer em patamares acima do previsto”, concluiu o economista da APAS.

Por conta desses motivos, o otimismo futuro com as vendas dos supermercados caiu a 0% em julho ante o valor de 25% do mês passado. Outro ponto que também teve grande queda no otimismo foi a confiança no crescimento do PIB, que saiu de 33% para 18%. A intenção de contratar continua muito baixa, com apenas 9% entre os supermercadistas.

A confiança no Governo Federal permanece com avaliação ruim com o pessimismo em chegando a 55%. Já o otimismo com o Governo do Estado está em 18%, principalmente pela forma como lidou com a greve dos caminhoneiros.

Crescimento reportado em junho e vendas da Copa do Mundo

Na pesquisa qualitativa, os empresários ficaram divididos em relação às vendas do mês de junho, sendo que 50% reportou que tiveram queda de vendas e outros 40% apresentaram aumento nos resultados de junho de 2018 em relação ao mesmo mês de 2017. Para 10% não houve crescimento.

As categorias diretamente ligadas a produtos consumidos na Copa do Mundo (bebidas alcoólicas, refrigerantes, pipocas, carnes para churrasco e petiscos) tiveram aumento nas vendas de até 6% de em relação a um mês normal para os mesmos produtos. Para 20% o crescimento foi de 6% a 8%, e 30% reportaram mais de 8% de crescimento.

“Apesar da saída precoce da seleção brasileira da Copa do Mundo os números demonstraram que este ainda é um evento de alto consumo e valor para o brasileiro. Uma eventual chegada a final faria as vendas quase contrabalançarem os efeitos ruins da greve dos caminhoneiros”, avaliou Berka.

Supermercados fecham vagas em junho

Após um mês de maio com retomada da geração de emprego no setor supermercadista, o mês de junho observa novo fechamento de vagas, ainda que pequeno, puxado pelos atacadistas. Ao todo foram fechados 175 postos de trabalho em todo o Estado de São Paulo.

A cidade que teve o maior número de vagas fechadas foi Campinas, com 69 desligamentos. Carapicuíba, com 56, e Santos, com 55, completam a lista com os três municípios que mais demitiram. Entre as cidades com maior aumento de vagas estão São Carlos, com 254 vagas criadas, Cajamar, com 163, e Jacareí, com 150 postos de trabalho abertos.

Entre as subcategorias do varejo alimentar, supermercados e hipermercados criaram 128 vagas, os hortifrútis tiveram 17 postos abertos, e os minimercados e mercearias abriram 30 vagas. O que prejudicou o mês foram os atacados que fecharam 350 vagas.

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