A PE vai amortizar boa parte do endividamento da Eldorado ao assumir 100% da companhia, uma vez que a troca de controle dispara o vencimento antecipado desses compromissos, garantidos pela J&F
A Paper Excellence (PE), que pertence aos mesmos donos da Asia Pulp and Paper (APP), deve concluir a compra da Eldorado Brasil, produtora de celulose controlada pela J&F Investimentos, até o fim de julho.
Segundo fontes de mercado, o montante necessário à aquisição dos 50,59% pertencentes à família Batista, mais de R$ 4 bilhões, já está assegurado. Agora, a empresa mantém conversas avançadas com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB, em inglês) para levantar os recursos que serão usados no pré-pagamento de dívidas da Eldorado.
A PE vai amortizar boa parte do endividamento da Eldorado ao assumir 100% da companhia, uma vez que a troca de controle dispara o vencimento antecipado desses compromissos, garantidos pela J&F. Há também interesse por parte dos asiáticos de trocar essas dívidas, consideradas caras, disse uma fonte.
Em fevereiro, o Valor informou que o plano era amortizar pelo menos R$ 4,7 bilhões em empréstimos e financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS) e de agências de crédito à exportação (ECAs, na sigla em inglês).
A PE, da família Wijaya, é dona de 49,4% da Eldorado Brasil por meio da CA Investment Brazil S.A., e tem até setembro para concluir a compra dos papéis remanescentes. Inicialmente, havia expectativa de que a conclusão do negócio pudesse ser anunciada entre abril e maio.
Contudo, além da burocracia normal a esse tipo de operação, o fato de a PE ter se empenhando em buscar recursos para tentar comprar a Fibria no início desse ano teria jogado para frente essa etapa. A PE teria pressa em concluir o negócio, para se beneficiar integralmente do ciclo de alta dos preços da celulose.
A Paper Excellence já desembolsou cerca de R$ 3,8 bilhões na compra de ações da Eldorado, em recursos próprios, segundo fontes.
Fonte: Valor Econômico