Como a indústria está vencendo o desafio dos stickies e pitch na fabricação de papel
Impurezas de difícil controle ameaçam a produtividade e a qualidade do papel, mas soluções inovadoras estão mostrando que é possível manter o processo limpo, eficiente e rentável

No contexto da produção de papéis, dois desafios persistem: o pitch e os stickies. Tratam-se de depósitos orgânicos pegajosos que se formam ao longo do processo produtivo, oriundos de extrativos naturais da madeira ou de contaminantes presentes nos materiais reciclados, como adesivos, tintas, ceras e plastificantes.
Esses resíduos se acumulam nas máquinas, provocando paradas frequentes, falhas na formação do papel, manchas e furos. O impacto? Quedas de rendimento, aumento de custos operacionais e comprometimento da qualidade do produto final. Em um mercado cada vez mais pressionado por eficiência e sustentabilidade, encontrar soluções eficazes para esses problemas deixou de ser um diferencial – tornou-se uma necessidade.
É nesse cenário que novas tecnologias vêm ganhando protagonismo. Elas atuam com base em três frentes fundamentais:
- Dispersão eficiente
Soluções que desestabilizam a estrutura dos stickies, impedindo que se aglomerem e facilitando sua remoção nos estágios seguintes do processo. Essa etapa é essencial para evitar que os resíduos migrem para outras partes da linha produtiva.
- Adsorção seletiva
O uso de minerais especiais, como talco ou bentonita, permite capturar os contaminantes por adsorção, formando aglomerados que são retidos nas etapas de filtração ou flotação. O processo é físico, eficiente e com excelente custo-benefício.
- Detackificação
A neutralização da característica pegajosa dos stickies é um avanço importante. Produtos detackificantes modificam a superfície dos resíduos, impedindo que grudem em rolos, vestimentas ou fiações, reduzindo significativamente o tempo de inatividade e as paradas para limpeza.
Além dessas abordagens, os programas mais avançados integram agentes detackificantes com polímeros catiônicos, que atuam sinergicamente na neutralização de cargas aniônicas do sistema, estabilizando o processo e contribuindo para uma drenagem mais eficiente na mesa formadora.
Benefícios práticos e mensuráveis:
- Aumento da produtividade e da estabilidade operacional;
- Redução de quebras e paradas não planejadas;
- Prevenção de falhas como furos, manchas e desuniformidades;
- Maior rendimento das fibras, com menor descarte;
- Prolongamento da vida útil de vestimentas e equipamentos.
A implementação dessas tecnologias – aliadas a um suporte técnico qualificado e laboratórios especializados – tem permitido que fabricantes operem de forma mais confiável, com ganhos tangíveis em eficiência e qualidade.
Neste novo capítulo da indústria papeleira, combater os resíduos orgânicos deixou de ser uma batalha diária e passou a ser uma estratégia integrada ao planejamento produtivo, porque manter o processo limpo, hoje, é sinônimo de competitividade.
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