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Cenibra planeja investimento milionário em projeto de expansão

As exportações estaduais de celulose somaram US$ 457,9 milhões entre janeiro e julho deste ano, segundo o Mdic

A Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra), instalada em Belo Oriente (Vale do Rio Doce), está preparando um investimento de US$ 200 milhões para aumentar a capacidade da planta em 150 mil toneladas a 200 mil toneladas de celulose ao ano. O aporte ainda depende da decisão final dos acionistas da empresa.

Atualmente, a capacidade instalada do complexo industrial em Belo Oriente é da ordem de 1,2 milhão de toneladas de celulose por ano e, caso o investimento saia do papel, o ganho na capacidade será de pelo menos 12,5%. Segundo o presidente da companhia, Naohiro Doi, o aporte é possível porque as duas linhas de produção que operam podem ganhar melhorias que permitem o aumento da carga.

A Cenibra mantém ainda em gaveta outro investimento da ordem de US$ 2 bilhões para ampliar sua capacidade de produção para pouco mais que o dobro do volume atual. No entanto, o projeto continua parado porque a companhia precisaria aumentar sua área de floresta plantada, o que esbarra na legislação nacional, que limita a aquisição de terras por estrangeiros, uma vez que a Cenibra é brasileira, mas tem capital estrangeiro.

“Para este investimento em outra linha de produção temos que aumentar área de reflorestamento e, para isso, temos que comprar mais áreas, mas, infelizmente, o capital da empresa é estrangeiro e a aquisição de terras é limitada”, reforçou o presidente da Cenibra.

Com base em informações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), as exportações estaduais de pasta celulose – lembrando que a Cenibra é a única produtora em Minas Gerais – somaram US$ 457,9 milhões entre janeiro e julho deste ano, com um crescimento de 33,8% em relação aos mesmos meses de 2017 (US$ 342,2 milhões), mesmo embarcando 36,4 mil toneladas do produto a menos neste ano.

Doi revelou que, apesar de a produção ter sido impactada em cerca de 20 mil toneladas pela greve dos caminhoneiros, na última semana de maio, quando a empresa paralisou as linhas por cerca de uma semana, a rentabilidade das vendas externas aumentou cerca de 30% em relação ao ano passado graças ao aumento do preço internacional da celulose.

“O preço internacional da celulose certamente melhorou em função da demanda maior por celulose, especialmente no mercado europeu, na China e nos Estados Unidos. Comparando com o preço do ano passado, a alta é de mais ou menos US$ 100 por tonelada em média”, explicou.

Outro motivo que alavancou a receita da companhia, acrescentou Doi, foi o câmbio. Segundo o presidente da Cenibra, como a empresa é basicamente uma exportadora, as vendas são feitas em dólar e convertidas em reais, o que se tornou uma vantagem com o dólar acima dos R$ 4,00.

A produção da Cenibra é majoritariamente exportada, com o índice chegando a cerca de 90% do volume do produto que sai das linhas em Belo Oriente. Além disso, desde o ano passado a empresa opera em ritmo de 1,2 milhão de toneladas de celulose, o que significa que a companhia está operando a plena carga.

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