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No trimestre, a receita líquida da empresa subiu 53,4% na comparação anual, para R$ 2,15 bilhões, impulsionada por vendas 84,2% maiores de celulose e beneficiada por preços superiores do papel, enquanto o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado saltou 90,5%, a R$ 932 milhões, recorde para a empresa. Diante disso, a margem Ebitda da empresa ficou em 43,4%, frente a 35% um ano antes.
A perda na última linha do balanço deveu-se ao impacto negativo da desvalorização de cerca de 20% do real frente ao dólar na parcela da dívida que está denominada em moeda estrangeira, de R$ 1,29 bilhão. Com isso, a Suzano teve prejuízo de R$ 762,5 milhões, frente a ganho de R$ 201 milhões no mesmo intervalo de 2014.
Já a alavancagem financeira medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado caiu para 3,9 vezes em março, frente a 4,1 vezes em dezembro. “Saímos de uma alavancagem de 5,2 vezes ao fim de 2013 [quando entrou em operação a nova fábrica de celulose] e, 15 meses depois, estamos em 3,9 vezes. Esse programa vai continuar trimestre após trimestre, assim como o programa de gestão de passivos”, afirmou.
O executivo ressaltou que, além do câmbio e dos preços favoráveis da celulose, o programa de ações de competitividade estrutural adotado pela empresa contribui para esse processo.
Em relação ao negócio de papel, a previsão da companhia é de que o mercado doméstico siga fraco nos próximos trimestres, mas com quedas menores do que a verificada no primeiro trimestre. De janeiro a março, as vendas de papel totalizaram 258 mil toneladas, recuo de 10,7% na comparação anual e de 31,1% frente ao quarto trimestre. Somente no mercado doméstico, a retração foi de 12,9%.
“Essa é uma situação que deve perdurar em 2015, mas, aparentemente, com quedas menores”, indicou o executivo. Ao contrário do prognóstico negativo para essa área, a Suzano tem uma perspectiva otimista para os negócios de celulose. “A boa notícia é que os preços estão gradativamente subindo”, afirmou.
Segundo Schalka, a avaliação é sustentada por demanda crescente em todas as regiões, nível de estoques, inclusive na Suzano, muito baixo e percepção de que a oferta adicional com o início de operação na fábrica de Guaíba (RS), da Celulose Riograndense, “será gradual e absorvida pelo mercado”.
Valor Econômico