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Aumento de demanda chinesa motiva investimento no setor de celulose

Juntas, Suzano, Duratex, Klabin, Irani e Fibria vão destinar mais de R$ 17 bilhões para a construção de novas fábricas em 2014.

Bobina de papel cartão na fábrica da Klabin: Andritz emitiu dois alertas de lucro no ano passado devido a excesso de custos em outra fábrica de celulose na América do Sul
Bobina de papel cartão na fábrica da Klabin

Muitas empresas abertas ainda estão cautelosas quanto a investimentos e planos de expansão em 2014. Porém, esse cenário marcado por incertezas na economia que tornam os prognósticos de investimentos mais adversos, não se aplicam às companhias de celulose, madeira e derivados. Desde o final do ano passado, as principais empresas do setor listadas na bolsa vêm abrindo os caixas apostando no crescimento da demanda.

A indicação mais recente dessa disposição foi a inauguração, na quinta-feira 20, de uma unidade de celulose da Suzano na cidade de Imperatriz, no Maranhão. Tendo consumido investimentos de R$ 6 bilhões, a nova unidade vai elevar a capacidade total de produção de celulose da Suzano a 4,4 milhões de toneladas anuais.

Com isso, a empresa paulista se consolida como a segunda maior produtora de celulose do mundo, atrás apenas da Fíbria. A companhia resultante da fusão entre a Aracruz e a Votorantim Celulose e Papel avalia investir US$ 2,5 bilhões na construção de uma fábrica na cidade de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, onde a Eldorado, ligada ao grupo JBS, inaugurou uma unidade há menos de um ano.

Suzano e Fíbria não são as únicas a ampliar suas unidades. A Klabin, dedicada a embalagens, já captou R$ 1,7 bilhão dos R$ 6,8 bilhões necessários para colocar em pé um complexo industrial na cidade de Ortigueira, interior no Paraná. Os R$ 5,1 bilhões restantes serão levantados no BNDES e BID. “Será uma das principais motivações da empresa para 2014.”, disse Fábio Schvartsman, CEO da Klabin, no início de janeiro. Numa escala bem menor, a gaúcha Celulose Irani anunciou, em novembro passado, o investimento de R$ 55 milhões para expandir sua reciclagem de papel em 45% na fábrica de Vargem Bonita, em Santa Catarina.

O movimento de expansão não se limita ao papel e à celulose. A Duratex, fabricante de painéis controlada pela Itaúsa, anunciou na quinta-feira 13, investimentos de R$ 1,3 bilhão para ampliar em 34% sua capacidade de produção de painéis de MDP e MDF por meio da construção de uma nova fábrica no município de Nova Ponte, na região do Triângulo Mineiro.

Segundo Victor Penna, analista da BB Investimentos, as perspectivas para o mercado são positivas devido ao aumento da demanda chinesa. O crescimento das vendas para a China mais do que compensa a desaceleração das exportações para a Euroa, diz Penna. “Demanda e câmbio são os principais motivadores para que as empresas nacionais invistam em aumento de produção e, além do mercado aquecido, temos um câmbio favorável às exportações”, diz ele. Segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), as vendas de celulose para a China cresceram 19% para US$ 1,2 bilhão no ano passado. Já a produção brasileira de celulose cresceu 7,3% e a de papel, 1,6%, na comparação com 2012.

Os prognósticos de investimentos animam os investiddores. Com exceção da Duratex, as ações dessas empresas apresentaram um bom desempenho em 2013. Enquanto o Ibovespa recuou 15,5% no acumulado do ano, os papéis da Celulose Irani avançaram 125,2%, as ações da Suzano subiram 33,4%, as da Fibria 22,5% e as da Klabin apresentaram um desempenho mais modesto, com avanço de 3,9%. Já os papéis da Duratex ficaram estáveis, com um leve recuo de 0,4%. Em 2014, todas as empresas acumulam perdas, com exceção da Irani, estável com queda de 0,3%. “Essas empresas estão em momentos distintos, mas em geral, todas elas vivem um cenário positivo”, diz Pena.

O desempenho das empresas de celulose, embalagens e madeira:

Celulose Irani (RANI3)
Segmento: Papel e Celulose
R$ 3,21
2013: 125,2%
2014: 0,3%

Duratex (DTEX3)
Segmento: Madeira
R$ 10,85
2013: -0,4%
2014: -16,7%

Fibria (FIBR3)
Segmento: Papel e Celulose
R$ 24,84
2013: 22,5%
2014: -10,2%

Klabin (KLBN4)
Segmento: Embalagens
R$ 11,23
2013: 3,9%
2014: -8,4%

Suzano (SUZB5)
Segmento: Papel e Celulose
R$ 8,91
2013: 33,4%
2014: -3,6%

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