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Após investir R$ 2,44 bilhões em aquisições, Softys foca na integração da Carta Fabril

Redesenhando operações logísticas e portfólio, a companhia descarta a busca ativa por novas transações no mercado nacional neste momento

Após investir R$ 2,44 bilhões em duas grandes aquisições no mercado brasileiro em três anos, a Softys, subsidiária de papel tissue e cuidados pessoais da chilena CMPC, descarta a busca ativa por novas transações neste momento.

Hoje, os esforços da companhia se concentram na integração dos ativos da Carta Fabril e na definição das marcas que permanecerão em portfólio. “Estamos olhando ativamente a integração da Carta Fabril. Esse é o foco atual”, disse Luis Delfim, diretor-geral da Softys Brasil, em entrevista ao Valor Econômico.

Luis Delfim, diretor-geral da Softys Brasil

Fora do Brasil, no entanto, a empresa segue mostrando interesse em aquisições: há cerca de um mês, acertou a aquisição das operações da Ontex no México por € 285 milhões – o grupo belga, fabricante de fraldas e outros itens de higiene pessoal, também está vendendo suas operações no país. Além disso, o Grupo CMPC figurava na lista dos potenciais compradores dos ativos da Kimberly-Clark na América Latina, mas o interesse teria esfriado pelo preço, considerado alto, e a impossibilidade de fatiar as operações.

Dona de marcas como Sublime, Elite e Babysec, a Softys assumiu, no início de junho, a gestão da fluminense Carta Fabril, pela qual desembolsou R$ 1,14 bilhão. Com isso, passou a contar com seis fábricas e a operar em todas as regiões do país. De acordo com Delfim, a operação industrial e o centro de distribuição já estão funcionando de forma integrada e, até o próximo ano, deverá ocorrer a integração societária e de sistemas – há, pelo menos, duas frentes de captura de sinergias para que a empresa tenha um planejamento logístico mais eficiente.

Do ponto de vista comercial, a Softys será capaz de oferecer soluções completas a seus clientes, com ganhos ambientais (por tornar o transporte mais eficiente) e de custos. Por outro lado, o portfólio integrado está em avaliação – esse desenho, realizado em parceria com a Bain & Company, deve ser concluído até o fim de setembro. Nos casos em que houver sobreposição – a Carta Fabril traz marcas como Cotton e Coquetel –, pode ocorrer mudança.

“Nos colocamos como gestores de marca. Quando terminar a definição de portfólio, vamos investir forte nas marcas, nas regiões que fizerem sentido para elas, e buscar aproximação ainda maior com os clientes, da Softys e da Carta”, comentou Delfim.

ESG

A Softys está apostando em projetos de expansão com foco em ESG, que compreendem mais de R$ 110 milhões em investimentos. Uma das iniciativas nesse sentido foi a de trocar os baús de parte da frota de 180 caminhões da Carta Fabril, com ganho de capacidade volumétrica, aumentando a eficiência e reduzindo emissões. Outra foi levar para o Rio de Janeiro, onde a empresa já era líder, duas linhas de produção de fraldas para estar mais próximo do consumidor local.

“Não estamos olhando o negócio de um único ângulo. Depois da harmonização de portfólio, vamos produzir localmente para os clientes de cada região independentemente da marca”, explicou Delfim.

Na operação própria, a Softys Brasil investiu US$ 8,4 milhões em uma nova caldeira de biomassa na fábrica de Caieiras (SP), com substituição do gás natural e redução de 20% no consumo de combustíveis fósseis. Ao mesmo tempo, destinou US$ 14,4 milhões para a modernização das estações de tratamento de efluentes de Caieiras e Mogi das Cruzes (SP). Com essas e outras medidas, alcançou 76% da meta de redução de uso de água e 40% do objetivo de redução da emissão de gases do efeito estufa.

Fonte
Valor Econômico
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