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Após aumento na demanda, setor de papel tissue permanece forte

As compras por pânico no início da pandemia aceleraram a produção de papel higiênico em El Salvador; quatro meses depois, o mercado permanece fortalecido

O início da quarentena em decorrência da pandemia de Covid-19 foi marcado por um aumento na demanda por papel higiênico. Quatro meses depois, o setor permanece forte.

As compras por pânico no início da pandemia aceleraram a produção de papel higiênico em El Salvador, não apenas devido ao aumento da demanda interna, mas também da demanda regional, onde o país possui papel relevante na fabricação desse tipo de produtos.

Segundo dados do BCR (Banco Central da Reserva), entre janeiro e junho deste ano, apesar da quarentena, as exportações do setor experimentaram uma tendência ascendente e já acumulam vendas de US$ 82,8 milhões, US$ 3,6 milhões a mais do que no mesmo período de 2019, quando atingiram US$ 79,2 milhões.

Paul Ekman, CEO da Alas Doradas, uma das fábricas de papel do país, disse que atribui o crescimento da demanda à incerteza criada nos primeiros dias da emergência de saúde, quando os consumidores queriam se preparar para abastecer suas casas. O papel higiênico tornou-se um ícone dessas compras por pânico, não apenas no país, mas em geral, no Hemisfério Ocidental.

Ekman explicou que esse comportamento fez com que a produção da empresa experimentasse um crescimento de 25% durante a quarentena e que o Alas Doradas projeta um avanço anual de 10% até o final do ano.

O principal portfólio da Golden Wings inclui papéis higiênicos, toalhas de papel e guardanapos. “Encanto é a principal marca de papel higiênico e Carmessí para toalhas de papel e guardanapos, marcas presentes em todos os países da região da América Central e parte do Caribe; ao mesmo tempo, com abordagens específicas em alguns países da América Central, as marcas Carezza e Eco $ são vendidas tanto para papel higiênico quanto para toalhas e guardanapos”, acrescentou.

MERCADO PASSA POR MUDANÇAS

Gonzalo Uribe, vice-presidente da região norte-americana de Kimberly-Clark, disse que o setor analisa as mudanças nos hábitos e comportamentos do consumidor, que ele descreveu como “significativos e derivados da crise que estamos enfrentando”.

Ele acrescentou que o comportamento de compra nos diferentes canais de distribuição está mudando. “É uma situação que analisamos para garantir que nossa oferta esteja continuamente disponível para os consumidores”, afirmou.

A Kimberly-Clark El Salvador emprega 1.250 funcionários em sua fábrica, localizada em Sitio del Niño, onde são produzidas as linhas Scott e Kleenex, que também são exportadas para a América Central e o Caribe.

Uribe explicou que a operação também acelerou a produção e priorizou a realocação de estoques, o que lhes permitiu manter o suprimento total do mercado salvadorenho em plena pandemia.

O executivo da multinacional enfatizou que a empresa precisava se adaptar rapidamente ao desafio da pandemia. Nesse sentido, foram implementados planos rigorosos para proteger a saúde de seus colaboradores em seus escritórios, plantas de produção e centros de distribuição e manter operações seguras.

“Atualmente, nosso trabalho está focado em atender a demanda de nossos produtos em tempo hábil, sendo essencial em todos os países em que operamos”, afirmou Uribe.

Ele ressaltou que a empresa trabalha em “adesão absoluta às medidas ditadas pelas autoridades de saúde para a contenção da Covid-19”, implementando uma aceleração da produção para manter o suprimento do mercado em uma base contínua.

RELEVÂNCIA NO SETOR

Em 2019, a exportação total de papel higiênico de El Salvador fechou com um valor de US$ 159,64 milhões. Em ordem de relevância, os principais destinos de produção são Guatemala, Honduras, Costa Rica, Nicarágua e Panamá.

Em 2019, a Guatemala foi o mercado com maior demanda, mas neste ano, de acordo com dados oficiais do primeiro semestre, essa posição vai para a Costa Rica, que já comprou US$ 22,68 milhões em papel higiênico.

Os dados estão em alta, apesar do fato de que, em maio, as disposições de imigração e saúde do governo da Costa Rica causaram problemas na fronteira com a Nicarágua e o comércio entre o norte e o sul do istmo entrou em colapso.

Uribe, da Kimberly Clark, acrescentou que, no contexto da pandemia da Covid-19, a empresa enfrentou diferentes desafios logísticos na América Central, mas que novas alternativas estão sendo constantemente avaliadas para minimizar o impacto no fornecimento de produtos essenciais.

Por sua vez, o diretor geral do Alas Doradas, explicou que a situação causou transtornos à operação. “Isso nos afetou muito, porque não podíamos entrar na Costa Rica e, portanto, nem no Panamá. Consequentemente, a falta de transporte e a chegada tardia de pedidos a esses países criaram uma quebra nos estoques nesses dois mercados. Além disso, tivemos que procurar opções alternativas, como o transporte marítimo, que aumentou os custos de transporte”, declarou Ekman.

SERVIÇO SOCIAL

As empresas participaram ativamente durante a emergência da Covid-19, implementando planos de responsabilidade social corporativa.

A Golden Wings fez doações de produtos para uso em centros de quarentena em todo o país, além de apoiar instituições e ONGs que levam ajuda comunitária com pacotes de alimentos.

Enquanto isso, a Kimberly-Clark trabalhou em parceria com o Banco de Alimentos para fornecer produtos essenciais. No caso de El Salvador, a Scott doou papel higiênico para cobrir as necessidades de higiene por um mês nos principais centros de quarentena do país. A doação foi feita por meio do Banco de Alimentos.

A multinacional doou US$ 8 milhões – o equivalente a produtos de higiene pessoal e ajuda monetária – para apoiar os esforços de recuperação do novo coronavírus em todo o mundo.

UM NEGÓCIO EM CRESCIMENTO

A produção de papel higiênico está aumentando. Entre 2015 e 2019, as vendas no exterior da produção local deste produto tiveram um aumento de US$ 45,65 milhões.

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