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Analistas apostam em recuperação do preço da celulose

A concentração de paradas para manutenção no segundo semestre e a retomada do consumo de papéis de imprimir com a flexibilização do isolamento social sustentam a tese de recuperação dos preços ainda neste ano

Os produtores de celulose enfrentaram um desafio inesperado com a Covid-19, em um momento em que os estoques no sistema estavam quase normalizados, perto dos níveis vistos em setembro de 2018.

As medidas de isolamento social fizeram com que o consumo de papéis de imprimir e escrever registrasse queda acentuada – no Brasil, o pior momento ocorreu entre abril e maio –, além de levar à redução nas compras de matéria-prima e fazer com que algumas papeleiras passassem a oferecer no mercado a celulose que era integrada no papel.

Analistas apostam em recuperação do preço da celulose

No caso do segmento de tissue, o maior consumo não foi capaz de compensar a diminuição no setor de imprimir e escrever. Os estoques de celulose e de produto acabado subiram novamente e os reajustes que tinham sido anunciados para o segundo trimestre acabaram não sendo aplicados.

Neste momento, cresce entre analistas a expectativa de recuperação das cotações a partir do quarto trimestre. Há alguns dias, Bradesco BBI e Credit Suisse fizeram previsões mais otimistas ainda em 2020. No entanto, não há um consenso. O UBS, por exemplo, é mais cauteloso e pondera que, mesmo com as paradas para manutenção que foram prorrogadas para o segundo semestre, o desequilíbrio entre oferta e demanda deve persistir.

Na semana passada, o preço líquido da fibra curta na China finalmente subiu, US$ 1,50 para US$ 445,40 por tonelada, de acordo com a Fastmarkets Foex. Porém, nas duas semanas anteriores, a queda acumulada foi de US$ 17.

A concentração de paradas para manutenção no segundo semestre e a retomada do consumo de papéis de imprimir com a flexibilização do isolamento social sustentam a tese de recuperação dos preços ainda neste ano. Em relatório divulgado no final da última semana, após webinar com o presidente da Suzano, Walter Schalka, os analistas do Itaú BBA reforçaram que a menor oferta de fibra já no terceiro trimestre ajudará os preços no final de 2020.

O Bradesco BBI aponta que o ciclo da celulose pode estar se aproximando do ponto de inflexão. De 2 milhões a 3 milhões de toneladas de celulose deixariam de ser produzidas nos próximos trimestres caso o preço se mantivesse nos níveis atuais e, com as paradas programadas, considerando apenas os grandes produtores da América Latina, pelo menos 420 mil toneladas de fibra não serão produzidas no segundo semestre.

Sobre a demanda, o Bradesco BBI analisa que a queda no consumo global de papéis de imprimir deve ir abaixo entre julho e agosto. E, apesar de, no acumulado de 2020, a demanda de celulose recuar até 1,2 milhão de toneladas, a queda deve ser “mais do que compensada” pelos fechamentos de capacidade de 2 milhões a 3 milhões de toneladas.

O banco Credit Suisse também tem uma aposta mais favorável, de uma provável recuperação a partir do quarto trimestre. O cenário mais positivo pode ser explicado pela sazonalidade, retomada do consumo de papéis de imprimir e escrever com a flexibilização das medidas de isolamento, elevada concentração de paradas programadas para manutenção no segundo semestre e por uma eventual redução na oferta de celulose por parte dos vendedores não tradicionais. Mesmo assim, o banco reduziu as estimativas de preço médio da fibra curta na China em 2020 e 2021, para US$ 461 e US$ 530 por tonelada, respectivamente.

Na visão dos mais cautelosos, as paradas programadas em linhas de produção no Brasil, que começaram na última semana, não serão suficientes para compensar de forma significativa a sobreoferta da fibra. Os cálculos do UBS sugerem que essas paradas devem reduzir a produção de celulose em 150 mil toneladas no terceiro trimestre e em 190 mil toneladas no quarto trimestre. De julho a agosto, no entanto, mais estoques devem ser formados. Mais do que isso, a queda dos preços do cavaco de madeira importado na China alivia a pressão sobre os produtores de alto custo.

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